Abril Azul: técnica de enfermagem mostra que conviver com transtorno do espectro autista não a impediu de ter qualidade de vida

Celebra-se o Abril Azul em referência ao transtorno do espectro autista (TEA), distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social. Entretanto, essas características muitas vezes não limitam qualquer interação social, mas apenas acabam sendo alvo de discriminações.

A técnica de enfermagem Ana Assis é exemplo de que viver com TEA não é uma barreira para atuar na assistência. Ela, que atua na Maternidade Dona Francisca Cintra Silva da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos, ingressou na área em 2004 e sempre teve interesse pelo cuidado, mesmo sem saber de sua condição: “Meu filho foi diagnosticado com TEA, comecei a me enxergar nele, fui investigar e também recebi o diagnóstico. Essa situação de cuidar ficou mais forte ainda, pois tive a certeza da minha missão e da minha escolha”.

A técnica de enfermagem Ana Assis é portadora do Transtorno do Espectro Autista (TEA), e atua na Maternidade da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos
A técnica de enfermagem Ana Assis é portadora do Transtorno do Espectro Autista (TEA), e atua na Maternidade da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos

Ana teve um diagnóstico tardio, ocorrido em 2020, quando tinha 37 anos. A profissional já estava atuando há mais de cinco anos na área e frisa que isso não foi um impeditivo para prosseguir profissionalmente. “Por ser um dos primeiros casos de diagnóstico tardio na instituição em que trabalho, tive que levar meu laudo e passar em consulta com o médico do trabalho, que disse que eu poderia continuar exercendo a função de técnica de enfermagem”, destaca.

O histórico de trabalho da profissional abrange diversos setores, tais como maternidade, dobradura, ambulatório de oftalmologia e de especialidades. Atualmente, Ana trabalha no banco de leite, responsável pela promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e execução de atividades de coleta de leite humano, do processamento, controle de qualidade e distribuição, e a responsabilidade de sua atuação é motivo de grande satisfação para ela. “É sinal de que eu sou muito capaz e consegui chegar aonde eu sempre sonhei. Tenho muito orgulho de mim, sempre realizei meu trabalho com muita qualidade e eficácia, e o mais importante de tudo é que sempre cuidei com carinho dos meus pacientes”, finaliza.

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