Coren-SP participa de evento sobre piso salarial na Escola de Enfermagem da USP
O presidente do Coren-SP, James Francisco dos Santos e o conselheiro Luciano Santos, coordenador da Comissão de Relações Institucionais (CRI), representaram o conselho em um evento promovido pela Escola de Enfermagem da USP (EE-USP) para discutir a questão do piso salarial nacional da categoria.
Instituído pela Lei Federal nº 14.434/2022 e suspenso por uma Ação Direta de Constitucionalidade (ADI) aberta por representantes patronais no Supremo Tribunal Federal (STF), o piso encontra-se atualmente em discussão quanto às suas fontes de financiamento.
O evento na USP foi organizado pela diretora da Escola de Enfermagem, professora Regina Szylit e pelas professoras Maria do Perpétuo Nóbrega e Vilanice de Araújo Püschel. E contou com a participação da ABEn-SP, representada por Vilanice; do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP); representado por Solange Caetano e pela Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), representada pela sua presidente, Shirley Marshal Díaz Morales. A conselheira Helóisa Ciquetto Peres também esteve presente como professora da USP.
Em sua fala de abertura, a professora Regina Szylit deu o tom do evento: “Estamos aqui reunidos para discutir o piso, onde estamos atualmente em relação a ele nesse sentido. É um assunto que tem que estar em pauta”.
A primeira expositora foi a professora Vilanice de Araújo Püschel, que falou pela ABEn-SP. Entre outros assuntos, ela discutiu a importância da valorização da categoria: “valorização significa condições adequadas de trabalho e salário justo. É uma vergonha não termos o piso nacional dessa categoria que conta com mais de 2 milhões de profissionais”.
Solange Caetano, que participou remotamente, falou do histórico do piso. “Trata-se de uma luta tão antiga quanto a luta pela jornada de 30 horas. Os representantes patronais não se sentiram satisfeitos com a fonte de financiamento do piso, mesmo essa fonte tendo sido discutida democraticamente”.
O presidente do Coren-SP, James Francisco dos Santos, falou sobre a luta que o conselho tem travado em prol do piso, embasada em sua obrigação legal de lutar pela valorização da enfermagem enquanto profissão. “Certamente o piso resolveria uma questão histórica. A importância disso é ter dignidade para todos os profissionais”.
Ele também citou a importância da politização do profissional de enfermagem, destacando que é apenas com essa politização que há participação dos trabalhadores na melhoria de sua própria realidade de trabalho. “Quando eu era aluno, lembro que incutiam em nós que política não é coisa para enfermeiro. Eu digo que política é algo para pessoas, é para o ser humano que somos antes de sermos enfermeiros e, por isso, em nenhum momento o sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem deixou de fazer parte desse cenário”.
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