Coren-SP realiza Sessões Solenes de Desagravo Público em favor de mais de 14 profissionais

O Coren-SP realizou duas Sessões Solenes de Desagravo Público referentes a 14 processos em defesa de profissionais de enfermagem que foram desacatados e agredidos física ou verbalmente durante o exercício de sua profissão.

As Sessões Solenes foram conduzidas de forma remota a partir da sala plenária na sede do Conselho, embasadas no Artigo 8º do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (Resolução Cofen nº 564/2017), que preconiza que: “É direito dos profissionais requerer ao Coren, de forma fundamentada, medidas cabíveis para obtenção de desagravo público em decorrência de ofensa sofrida no exercício profissional ou que atinja a profissão”.

Nesta terça-feira (21/9), a leitura de sete Notas de Desagravo Público foi feita pelos conselheiros Virgínia Tavares e Marcus Vinícius de Oliveira, com a participação por meio de videoconferência dos profissionais requerentes. O conselheiro Edson José da Luz também esteve presente durante a sessão.

A primeira nota de desagravo, lida por Marcus Vinicius, foi em favor da enfermeira Tatiana Cristina Vicentin que, em maio de 2018, sofreu agressões verbais e uma tentativa de agressão física por parte da filha de uma paciente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na qual trabalhava.

Após a leitura da nota, o conselheiro Marcus Vinicius reiterou o papel do Coren-SP como defensor de condições de trabalho justas e dignas. “Este conselho adotará sempre medidas para coibir agressões contra profissionais de enfermagem, repudiando de forma veemente esse tipo de agressão”, frisou.

A segunda nota de desagravo apresentada foi em defesa da enfermeira Fernanda Pugliani Peres Sanches, agredida verbalmente e ameaçada de morte por paciente que quis ser atendido sem agendamento prévio, violando o procedimento adotado pela unidade.

Conselheiros Virgínia e Marcus, do Coren-SP, durante a Sessão Solene de Desagravo Público

A conselheira Virgínia Tavares leu a terceira nota da tarde, em defesa do técnico de enfermagem Leandro Francisco Dias Henrique, que foi agredido verbalmente, constrangido e ameaçado por um profissional médico durante assistência a paciente no centro cirúrgico, em setembro de 2016. Durante a leitura do desagravo, Virgínia ressaltou: “É inconteste que o técnico de enfermagem Leandro foi vítima de desrespeito hostilidade e agressão verbal por parte do profissional médico. O Coren-SP repudia de forma veemente o comportamento do profissional médico, que desrespeitou os valores e princípios da convivência profissional”.

Presente na videoconferência, Leandro agradeceu ao Coren-SP pela ação de desagravo público e desabafou: “Essa situação me magoou muito, principalmente pelo fato da instituição que me empregava na época não ter feito nada. Me senti mal porque a empresa à qual me dediquei por muitos anos não me deu o apoio que eu esperava”.

A conselheira Virgínia tratou de dar suporte emocional ao profissional: “Você é um técnico de extrema importância dentro do sistema de saúde. Repudiamos qualquer prática que desvalorize a profissão. Como técnicos de enfermagem, somos peças fundamentais no sistema de saúde”.

O quarto desagravo, lido pelo conselheiro Marcus Vinícius, foi em defesa do enfermeiro Júnior Alves dos Santos, que foi agredido fisicamente, psicologicamente e ameaçado por um casal de pacientes após o enfermeiro ter pedido para que os pacientes na sala de espera fizessem um pouco mais de silêncio.

A conselheira Virgínia Tavares deu prosseguimento à Sessão Solene com a leitura da quinta Nota de Desagravo Público da tarde, em defesa da auxiliar de enfermagem Lindinalva Alves da Silva Pereira de Melo que foi vítima de postagens agressivas e difamatórias na rede social Facebook por parte de um casal de pacientes após prestar assistência ao filho dos mesmos.

Lindinalva foi uma das profissionais que participou da Sessão Solene por meio de videoconferência, e agradeceu ao apoio que recebeu do Coren-SP por meio do instrumento de Desagravo Público.  Emocionada, ela afirmou: “Fico muito agradecida por esse momento, por saber que temos esse reconhecimento. Minha agressora deve aprender que nós merecemos respeito. Neste momento do desagravo, meu sentimento é de paz e de alegria. Estou muito grata por este decisão”.

Virgínia procedeu então à leitura da sexta Nota, em favor da técnica de enfermagem Maria Helena Calhau da Silva. Maria Helena solicitou o desagravo ao Coren-SP após ter sua conduta profissional questionada e sua pessoa exposta na rede social Facebook por uma paciente.

A Sessão Solene de Desagravo Público realizada na tarde de 21/9 foi encerrada pelo conselheiro Marcus Vinícius, que leu a sétima nota da sessão, em defesa da enfermeira Jéssica Durães de Oliveira e das auxiliares de enfermagem Rosecleide Maria Neves Martins, Andressa de Almeida Gonçalves Ramos, Bárbara Regina Muniz Medrado e Kelly Cristina Viana Ribeiro.

As profissionais foram desrespeitadas por uma colega médica na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na qual trabalhavam. A médica se referiu às profissionais de enfermagem de forma ríspida e grosseira, reclamando do trabalho das requerentes na classificação de risco e afirmando que elas estariam “enrolando no trabalho”. Além disso, a profissional médica incitou os pacientes contra as profissionais da equipe de enfermagem.

Segunda Sessão Solene

Nesta quarta-feira (22/9) às 9h, foi realizada uma segunda Sessão Solene de Desagravo Público, na qual foram lidas mais sete Notas de Desagravo. Esta segunda sessão foi conduzida pelas conselheiras Eduarda Ribeiro, que participou remotamente e Virgínia Tavares que participou a partir da sala da plenária do Coren-SP. O conselheiro Fernando Henrique Vieira Santos também assistiu à sessão a partir da plenária.

Conselheira Virgínia durante a segunda Sessão de Desagravo, realizada em 22/9

Neste segundo dia, a primeira Nota de Desagravo foi lida por Eduarda, em favor do enfermeiro Danilo da Mota Santos. Danilo fez o requerimento por conta de perseguições e agressões sistemáticas que sofreu por parte do gestor da unidade na qual trabalhava.

Em seguida, a conselheira Virgínia leu a Nota de Desagravo em favor da auxiliar de enfermagem Jéssica Barbosa de Souza, que sofreu violência verbal perpetrada por um colega médico.

Conselheira Eduarda Ribeiro participou do evento remotamente

A terceira Nota de Desagravo, também lida por Virgínia, foi em defesa da auxiliar de enfermagem Patrícia Galdino Sampaio Franco Peixoto que sofreu assédio moral por parte de um colega médico em um caso envolvendo a assistência a uma paciente cardiopata.

Patrícia participou da sessão por meio videoconferência e agradeceu o Coren-SP pelo acolhimento que recebeu. “Houve uma série de agressões e a resposta do Coren-SP foi a única que recebi em relação a esse caso. Foi a única certeza de que as agressões que sofri não ficou impune”, comemorou após a leitura.

O conselheiro Fernando Henrique Vieira Santos acompanhou à sessão na sala plenária do Coren-SP

A quarta Nota de Desagravo da manhã, lida por Virgínia, tratou do caso da técnica de enfermagem Maria da Conceição Santos Pires que foi ofendida em rede social pela avó de um paciente que havia levado o neto à unidade de saúde para se vacinar.

Virgínia prosseguiu com a Sessão Solene ao ler a Nota de Desagravo em favor da requerente, técnica de enfermagem Priscila de Souza Teixeira que sofreu agressões verbais de uma paciente, assim como ofensas por meio de rede social.

Em seguida, a conselheira Eduarda Ribeiro fez a leitura do Desagravo Público em favor da enfermeira Fernanda Graciela Baptista. Fernanda e sua equipe foram ofendidos pela criadora e por usuários de uma página na rede social Facebook. Em sua fala, o profissional afirmou que “infelizmente as pessoas acham que em rede social podem ofender quem elas quiserem. As pessoas não sabem como funciona o serviço e os técnicos e auxiliares ficaram bastante chateados”.

Essa segunda Sessão Solene de Desagravo Público se encerrou com o Nota de Desagravo em favor da enfermeira Euseli Assoni de Morais dos Santos. Euseli foi gravemente ofendida por um colega médica durante um plantão na instituição de saúde na qual trabalhava, o que motivou o requerimento do Desagravo Público.

As Notas                                 

Abaixo você consegue visualizar os conteúdos das 14 Notas de Desagravo lidas na Sessões Solenes de terça e quarta-feira.

Nota de Desagravo em favor da enfermeira Tatiana Cristina Vicentin

Nota de Desagravo em favor da enfermeira Fernanda Pugliani Peres Sanches

Nota de Desagravo em favor do técnico de enfermagem Leandro Francisco Dias Henrique

Nota de Desagravo em favor do enfermeiro Júnior Alves dos Santos

Nota de Desagravo em favor da auxiliar de enfermagem Lindinalva Alves da Silva Pereira de Melo

Nota de Desagravo em favor da técnica de enfermagem Maria Helena Calhau da Silva

Nota de Desagravo em favor da enfermeira Jéssica Durães de Oliveira e colegas

Nota de Desagravo em favor do enfermeiro Danilo da Mota Santos

Nota de Desagravo em favor da auxiliar de enfermagem Jéssica Barbosa de Souza

Nota de Desagravo em favor da auxiliar de enfermagem Patrícia Galdino Sampaio Franco Peixoto

Nota de Desagravo em favor da técnica de enfermagem Maria da Conceição Santos Pires

Nota de Desagravo em favor técnica de enfermagem Priscila de Souza Teixeira

Nota de Desagravo em favor da enfermeira Fernanda Graciela Baptista

Nota de Desagravo em favor da enfermeira Euseli Assoni de Morais dos Santos                                                                                                               

Como requisitar Desagravo Público

Todo profissional de enfermagem com inscrição ativa no Coren-SP que receber ofensa durante o exercício profissional ou ofensa que atinja a profissão.

Clique aqui para mais informações sobre o procedimento de requerimento de Desagravo Público junto ao Coren-SP.