A atuação da enfermagem na cardiologia
As doenças do coração são as que mais matam no Brasil, de acordo com dados da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). Registra-se cerca de 720 paradas cardíacas por dia e uma média anual de 300 mil casos. No mundo, são mais de 17,5 milhões por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde.
“Há oportunidades e faltam profissionais com especialidade em cardiologia”
O diretor científico do Departamento de Enfermagem da Socesp, enfermeiro Cesar Augusto Guimarães Marcelino, alerta sobre os fatores de risco e os meios preventivos, como alimentação e exercício físico, no combate às doenças cardiovasculares, entre elas a angina de peito, enfarte agudo do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais (AVC), cardiopatia hipertensiva, febre reumática, miocardiopatia, arritmia cardíaca, cardiopatia congênita, aneurisma da aorta, doença arterial periférica, trombose venosa, entre outras. Ele explica que a combinação dediabetes, colesterol alto (LDL) e hipertensão – esta acomete 32% dos adultos – coloca o paciente em situação de risco e está atrelada ao sedentarismo e à alimentação com alto teor de sódio.
O índice de mortalidade do infarto varia de 8 a 30%, conforme a assistência prestada ao paciente. Os profissionais de enfermagem atuam em diversas áreas do atendimento
cardiológico. Segundo o enfermeiro especialista em cardiologia, Vinícius Batista Santos, coordenador de unidades de cardiologia clínica e intervencionista do Hospital São Paulo, um nicho promissor já explorado nos Estados Unidos, é o da reabilitação. “Há oportunidades e faltam profissionais com especialização em cardiologia, uma vez que a Portaria nº 210 da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) exige especialização do enfermeiro para credenciamento do serviço no Ministério da Saúde”, explica.
Para atender à demanda da cardiologia, o Hospital São Paulo, ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), oferece o Programa de Cardiologia da Residência Multiprofissional, com especialização e pós-graduação. “O profissional transita em todas as áreas da cardiologia e precisa estar capacitado. Isso tem mudado o mercado para atender às particularidades, desde o recebimento do paciente, ao seu acompanhamento, seja sob controle medicamentoso ou intervencionista.”, explica a enfermeira Rita Simone Lopes Moreira, responsável pelo programa.