Terapia de DNA é usada para combater cegueira hereditária

Investigadores norte-americanos e italianos anunciaram no domingo, dia 27, o sucesso no uso de terapia gênica para tratar uma variedade hereditária de cegueira. Três pacientes portadores da doença foram tratados com vírus inofensivos que carregavam DNA capaz de corrigir seus genes defeituosos. Em estudo publicado na revista New England Journal of Medicine, cientistas mostram um resultado bastante animador contra a doença em questão, chamada amaurose congênita de Leber. A visão dos pacientes se aprimorou desde eles detectarem movimentos manuais até lerem as linhas de um cartaz de exame oftalmológico, afirmou um dos líderes do estudo, Albert Maguire, da Universidade de Pensilvânia (EUA), em comunicado à imprensa. A amaurose congênita de Leber é um mal genético que começa a se manifestar na infância. Em geral, o problema avança até a perda total da visão, quando os portadores da doença chegam em torno de 20 ou 30 anos. O funcionamento incorreto de um gene mata neurônios fotorreceptores. Apesar de ser uma doença relativamente rara (nos EUA são cerca de 3.000 portadores), se a nova técnica puder ser levada a mais pessoas o benefício será grande, já que hoje a doença não tem nenhum tipo de tratamento. Esse foi um dos motivos que pesou na hora de os cientistas conseguirem aprovação das autoridades de saúde americanas para realizar o teste clínico da terapia gênica – uma técnica ainda bastante experimental – contra a amaurose congênita de Leber.