Técnica de enfermagem artesã faz polvos de crochê para recém-nascidos prematuros

O uso dos polvos de crochê em UTIs neonatais vem ajudando os bebês prematuros a se sentirem mais protegidos e confortáveis em diversas instituições no mundo. Simulando, em partes, o ambiente uterino e o cordão umbilical, por meio dos tentáculos, os polvos transmitem segurança e acalmam as crianças que ficam em incubadoras.

Luciana Martinez dos Santos é técnica de enfermagem há oito anos, artesã e crocheteira. Ela participa de um projeto que desenvolve mantas para entidades carentes e, também, faz e ensina a fazer polvos de crochê para UTIs neonatais em alguns hospitais em São Paulo. “Além de diminuir o estresse e melhorar  o relacionamento interpessoal, o crochê auxilia a coordenação motora e a interação do grupo envolvido. Acredito que esse projeto proporciona melhorias no desenvolvimento dos recém-nascidos prematuros, pois transmite sensações similares do período de gestação”, conta.

Luciana faz e ensina a fazer polvos de crochê

Embora não existam pesquisas científicas publicadas sobre o assunto, Luciana diz que os benefícios dessa ação são inegáveis. Segundo ela, é possível comprovar sua eficácia por meio de um estudo observacional, pois quando os bebês estão na companhia do objeto, os estímulos estabilizam os batimentos cardíacos, a respiração, o ganho de peso e o aumento do nível de oxigênio no sangue. “Quando estão acolhidos pelos bichinhos, os pequenos ainda arrancam menos os fios de equipamentos de monitoração e a sonda de alimentação”, diz.

A técnica explica que os tentáculos medem, no máximo, 22 cm quando esticados e os pontos devem ser bem apertados para que o enchimento não saia. Embora seja um cuidado eficaz, ele não substitui o Projeto Canguru, no qual os bebês têm contato direto (pele a pele), com seu pai ou mãe, para adequar sua temperatura corpórea, melhorar ganho ponderal, ter menos riscos de apneia e fortalecer do vínculo familiar.

Alguns trabalhos realizados pela técnica

Para Luciana, o que a motiva continuar com o projeto é poder contribuir com uma assistência na luta pela vida. É compartilhar do amor com cada ser humano. É caminharmos todos juntos pelo bem maior: a vida. “Para mim é uma recompensa enorme, eu consegui unir a profissão que escolhi junto com o artesanato que me escolheu. Hoje, eu posso colocar em prática todo o amor que tenho por ambos e passar adiante os ensinamentos do crochê e, é claro, do amor ao próximo”, finaliza.

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