Simpósio discute o estabelecimento de protocolos na assistência hospitalar

Discutir a aplicação de protocolos, a normatização baseada em evidências e os desafios da Enfermagem no processo de cuidar. Com este objetivo, o Coren-SP promoveu, quinta-feira (10), o I Simpósio de Prática Assistencial no Âmbito Hospitalar (PAAH). O encontro, realizado no Coren-SP Educação, é fruto da atuação do Grupo de Trabalho (GT) de PAAH, criado  há oito meses com intuito de aprimorar a assistência prestada.

A presidente Fabíola de Campos Braga Mattozinho falou do engajamento da Enfermagem

Durante a abertura do Simpósio, a presidente do Coren-SP, Fabíola de Campos Braga Mattozinho, falou da importância da Enfermagem participar das questões do cotidiano da categoria. “Somos muitos, 460 mil profissionais em todo o Estado, mas precisamos nos organizar para discutir o contexto das diferentes questões que nos atingem, para não ficarmos no achismo. Temos que trabalhar a lógica da coletividade”, defendeu.

A troca de experiências foi um dos pontos ressaltados pela coordenadora do GT PAAH e gerente de Enfermagem do Hospital Beneficência Portuguesa, Cristina Mizoi. “Estamos aqui para compartilhar experiências utilizando um arcabouço teórico que visa detalhar a prática clínica baseada em evidências”, pontuou.

A coordenadora do GT de Prática Assistencial no Âmbito Hospitalar, enfermeira Cristina Mizoi

O Sistema Cofen/Corens foi o assunto escolhido para a conferência inicial do encontro. Peculiaridades de questões administrativas e jurídicas da atuação da autarquia, além do Processo Normativo Regulamentador, foram detalhadas pela presidente Fabíola. As responsabilidades técnicas também foram lembradas. ”O enfermeiro não deve delegar ao auxiliar um procedimento que não lhe compete, como o PICC, por exemplo, que a gente tem informação que ocorre”, exemplicou.

A professora Cibele Andrucioli falou da importância dos protocolos baseados em evidências

Durante a mesa redonda Práticas Assistenciais Baseadas em Evidências a padronização de condutas e a pesquisa científica foram os assuntos centrais. A professora Cibele Andrucioli Pimenta conversou com os participantes sobre as formas de buscar a melhor prática e lembrou que “nem sempre a última palavra está nos livros”. Ela revelou que após a elaboração do Manual de Protocolo e do treinamento dos fiscais o próximo passo do Coren-SP será o estabelecimento, em vários regiões do Estado, de núcleos de protocolo. “Vamos aproveitar núcleos que já existem e funcionam em instituições reconhecidas para formar outros polós amigos, disseminado essa ideia por todo o estado de São Paulo”, revelou Cibele.

 

A professora Rosemere Pêgas, supervisora do Hospital Vitória, de Santos

Já a enfermeira Michele Navarro Flores, do Hospital Santa Catarina, falou dos três pilares da prática baseada em evidências: tomada de decisão, acesso as informações científicas e avaliação e validação. “O processo de elaboração de protocolos gera reflexão, estimula a atualização e atende o planejamento estratégico porque você trabalha o que precisa ser trabalhado”, salientou.

Para a professora Rosemere Rosemira Pêgas, supervisora do Hospital Vitória, da Rede Amil, em Santos, há uma grande deficiência na formação. “Conhecimentos cristalizados são grandes barreiras para o desenvolvimento de protocolos e para aplicação de práticas baseadas em evidências”, lamentou.

 

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