Série documental retrata os bastidores de hospitais brasileiros no combate à Covid-19

A produção é um registro histórico que traz os fatos reais sob a perspectiva de profissionais de saúde que atuaram na linha de frente da batalha contra a pandemia. Foram mais de 2 anos de gravação durante todas as fases da crise sanitária em hospitais públicos e privados.

Série documental ‘Retratos de uma Pandemia’
Série documental ‘Retratos de uma Pandemia’

O dia 25 de fevereiro de 2020 entrou para a história do Brasil: depois de algumas semanas com casos emergindo na China, na Itália e em outras partes do mundo, o novo coronavírus havia chegado à América Latina. A identificação do vírus aconteceu no Hospital Israelita Albert Einstein, e não demorou até que o país se tornasse mais um campo de batalha da guerra contra um inimigo desconhecido.

Na série documental “Retratos de uma Pandemia: Na linha de frente do combate à covid-19″, que chegou ao Globoplay no dia 4 de agosto, equipes de documentaristas adentram a linha de frente dos hospitais públicos e privados administrados pelo Einstein e revelam os bastidores do maior desafio de saúde pública dos últimos cem anos. A supervisão artística e de conteúdo é de Eduardo Rajabally.

“Esse projeto é relevante e inédito. Temos um ponto de vista privilegiado de entender como tudo se passou dentro de hospitais de referência nos sistemas público e privado. Ele tem o caráter de reflexão, de discussão, do ponto de vista da ciência, do trabalho dos profissionais da saúde, das sequelas emocionais e psicológicas dessas pessoas”, comenta Rajabally. A proposta é trazer para o público um olhar inédito, da perspectiva daqueles que enfrentam o dia a dia, as angústias, desafios e vitórias de estar na linha de frente.

Foram mais de dois anos de filmagens cobrindo as três grandes ondas da pandemia, divididos em 70 diárias de gravação no Hospital Municipal M’Boi Mirim – Dr. Moysés Deutsch, no Hospital Municipal Vila Santa Catarina – Dr. Gilson de Cássia Marques de Carvalho, na UPA (unidade de pronto atendimento) Campo Limpo, além do hospital municipal de campanha montado no estádio do Pacaembu, em São Paulo, e das unidades Einstein do Morumbi, em São Paulo, e em Goiânia.

Oxigênio, pacientes intubados, profissionais de saúde receosos, distanciamento de entes queridos, fake news, saúde mental em declínio, sofrimento, morte, cuidado, esperança, humanização, ciência, vacinas, novas variantes… Os profissionais de saúde estiveram e ainda estão no campo de batalha, e exemplos de força e superação se destacaram diante de uma realidade de medo e incerteza. Toda a intensidade da pandemia, do ponto de vista de quem a viu de frente — e de dentro — é narrada ao longo de cinco episódios de 30 minutos cada um. São capítulos independentes de uma história com muitos atores, e cujo fim ainda é um mistério.

“O Einstein, desde o início da pandemia, se preocupou em documentar o aprendizado que essa crise impôs à gestão e operação dos hospitais e a todo o sistema de saúde. Registramos o trabalho exaustivo e crítico dos profissionais, o cuidado tão humanizado junto a pacientes que ficaram longe de suas famílias. Colhemos depoimentos, no calor das fases mais críticas, daqueles que estavam na liderança, tendo o compromisso, inclusive, de combater as fake news – que foram tão nocivas por desorientar a população – e reforçar o papel da ciência como carro-chefe da verdade e da busca pela solução. A ideia do documentário é tornar públicos esses bastidores de um período que está marcado na vida de todos nós. É importante haver um documento histórico para as futuras gerações, que terão o retrato do que aconteceu do ponto de vista de profissionais da área da saúde”, afirma Débora Pratali, diretora de Comunicação Institucional do Einstein.

A série traz histórias de superação, como a da médica Carmen Barbas. Pneumologista no Einstein e referência mundial em ventilação mecânica, ela treinou a equipe do hospital para cuidar de pacientes graves infectados com o coronavírus, e acabou contaminada. Ficou em estado grave, foi intubada e esteve sob ventilação mecânica, assistida por seus colegas de trabalho, os mesmos que havia treinado. Outro caso é o de Ronaldo Arrogo, técnico de enfermagem do Hospital Municipal M’Boi Mirim – Dr. Moysés Deutsch. O profissional também teve que ser intubado pelos colegas com quem trabalhava na UTI. A torcida por sua recuperação mobilizou todo o hospital.

Um dos episódios da série tem como foco outro desafio do período pandêmico: a propagação de desinformação. No documentário, o tema foi discutido sob a ótica de cientistas e jornalistas que ajudaram a combatê-la.

A série “Retratos de uma Pandemia” conta com a participação de pessoas cujo trabalho fez a diferença na crise sanitária causada pelo Covid-19, como a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo, o médico sanitarista e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP Gonzalo Vecina, a imunologista Ester Sabino, que coordenou o primeiro sequenciamento genético do novo coronavírus no Brasil, e a infectologista Sue Ann Clemens, que liderou testes de vacinas contra a covid-19.

Protagonistas de discussões e ações em prol da vida ao longo desse período dissecam questões como a vulnerabilidade social e a dimensão humana da crise. Entre eles, a filósofa Viviane Mosé, o presidente da Central Única das Favelas, Preto Zezé, e a empresária Luiza Helena Trajano.

A série documental “Retratos de uma Pandemia” conta com cerca de 140 entrevistas com médicos, profissionais de enfermagem e outros trabalhadores da saúde, acadêmicos, executivos, intelectuais, gestores de saúde e pacientes infectados pelo coronavírus.

Sinopse

“Retratos de uma Pandemia” mostra os bastidores do combate ao novo coronavírus em hospitais públicos e privados administrados pelo Einstein e o dia a dia de trabalho dos profissionais da saúde em um cenário de guerra ao vírus. Com registros feitos desde o início de 2020, ao longo das três ondas da covid-19, a obra mergulha, do ponto de vista da linha de frente, no desafio de lidar com o desconhecido, no impacto causado pela enxurrada de desinformação, na deterioração da saúde mental de médicos e enfermeiros, nas angústias com as possíveis sequelas trazidas pela covid-19 e na esperança de dias melhores, tendo a ciência como norteadora na busca de soluções.

Fonte: com informações de Coxinha Nerd

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