Samu de Santos melhora tempo de resposta com a implementação do Suporte Intermediário de Vida

Responsável por atender cerca de 3.400 chamados por mês e uma população de aproximadamente 435 mil habitantes, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Santos conta com 12 ambulâncias em serviço e é integralmente composto por funcionários estatutários da prefeitura.

Recentemente, o serviço adotou o Suporte Intermediário de Vida (SIV), implantado por meio de protocolo assistencial: uma vitória dos profissionais de enfermagem que foram reconhecidos pelo seu trabalho de excelência no atendimento a situações de urgência e emergência.

O Samu de Santos conta com 12 ambulâncias em serviço

No SIV, a ambulância é tripulada por condutor-socorrista, técnico de enfermagem e enfermeiro. As outras configurações de equipe adotadas pelo Samu são: Suporte Básico de Vida (SBV), com condutor-socorrista e técnico de enfermagem e Suporte Avançado de Vida (SAV), com condutor-socorrista, médico e enfermeiro.

A diferença entre essas configurações de equipes é que o SBV está habilitado técnica e legalmente a realizar apenas atendimentos de baixa complexidade. O SIV e o SAV podem atender casos de média e de alta complexidade.

O enfermeiro Washington Miranda da Cruz, que está há 9 anos no Samu de Santos, explica como o SIV foi implantado na unidade santista: “O protocolo foi implantado no ano passado. Passou pela avaliação de uma câmara técnica composta por médicos, enfermeiros, chefia do serviço, coordenadores e enfermeiros especialistas em Atendimento Pré-Hospitalar. Nos baseamos em protocolos similares existentes em São Paulo e em Campinas e agora nós, enfermeiros, podemos atuar efetivamente no atendimento a uma parada, por exemplo, no âmbito do SIV”, explica.

O enfermeiro Washington está há 9 anos no serviço municipal

Os procedimentos que uma equipe de Suporte Intermediário de Vida pode realizar são: punção intraóssea, intubação supraglótica com máscara, receber orientações de telemedicina por rádio ou telefone e receber prescrições médicas por rádio ou telefone.

“Na prática, o trabalho com o SIV nos permite fazer manobras de Reanimação Cardiorrespiratória (RCP) no paciente durante o deslocamento da viatura, com qualidade e eficiência, realizando o correto revezamento entre os membros da equipe”, explica Washington. Por meio do SIV, o Samu consegue salvar pacientes em situações em que uma viatura de SBV não daria conta e em que uma viatura de SAV levaria muito tempo para chegar ao local.

A primeira experiência com o SIV em Santos foi no bairro Caruara, mais afastado do centro. “A base de Caruara fica na parte insular entre Santos e Bertioga. Lá há um trecho da estrada Rio-Santos onde não há atendimento médico por parte das concessionárias rodoviárias. Esse trecho da estrada é terrível, quando há acidentes lá, muitas vezes são famílias que ficam presas dentro das ferragens dos automóveis e devido à localização os bombeiros acabam demorando para chegar. Quando conseguimos alocar uma equipe de SIV lá, com a presença do enfermeiro, a melhoria da qualidade do atendimento à população foi muito grande”, detalha Washington.

Membros da equipe de saúde do Samu de Santos

Após a experiência bem sucedida em Caruara, o SIV foi implantado também na base de São Manoel, na zona noroeste de Santos. “Por ser uma região bem afastada do centro, o tempo de resposta do Suporte Avançado de Vida era muito alto, de 20 a 40 minutos. A implantação do SIV em São Manoel foi uma saída para dar suporte e tempo de resposta a essa população, composta por 140 mil habitantes”, conta Washington.

A implantação do Suporte Intermediário em São Manoel já rendeu resultados perceptíveis. Washington detalha uma ocorrência recente: “Este mês mesmo tivemos uma chamada por dispneia franca (falta de ar repentina) e quando a equipe de Suporte Básico chegou lá para atender a falta de ar viu que o paciente estava em parada cardiorrespiratória. Chamaram o SIV e chegamos lá em menos de dois minutos”, detalha o enfermeiro.

Equipe da base de Caruara

Além do protocolo do SIV, a enfermagem do Samu de Santos tem outra conquista recente para comemorar: junto com o Suporte Intermediário, os enfermeiros passaram a participar de parte do processo de regulação do serviço, auxiliando nas chamadas de atendimento secundário que são os chamados nos quais o Samu auxilia na remoção e transporte de pacientes de uma unidade de saúde para outra: “Muitas vezes o paciente que está em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) tem um Traumatismo Cranioencefálico e na UPA não tem tudo o que esse paciente necessita. Então o Samu é chamado para levar o paciente para uma outra unidade onde ele possa fazer uma tomografia para que os médicos decidam se farão cirurgia ou não no paciente. E quem coordena o uso das ambulâncias nesse tipo de transporte são os enfermeiros”, conclui Washington, mostrando como a organização e o trabalho em equipe liderado por profissionais de enfermagem podem ajudar a salvar vidas.