Roda de Conversa em São José dos Campos coloca em discussão a atualidade e o futuro do SUS

O Coren-SP realizou a última Roda de Conversa sobre Atenção Básica do ano nesta quinta-feira (6/12), no Campus Urbanova da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), em São José dos Campos.

Comandada pelas conselheiras Rosana Garcia, idealizadora do evento, e Ivany Baptista, que é docente na Univap e moderou o encontro, a atividade foi um grande e necessário debate sobre a atual situação e o futuro do SUS, assim como sobre o papel que os profissionais de enfermagem devem cumprir dentro do sistema e em sua defesa.

“O SUS não é de um governo, ele é do povo brasileiro. O SUS é nosso, nós não podemos deixá-lo acabar”, frisou Rosana Garcia durante a palestra de abertura da Roda de Conversa.

A enfermeira Maria Cristina Martins Alvarenga, coordenadora do programa de imunização da prefeitura de São José dos Campos, foi clara ao falar sobre a necessidade da separação entre questões técnicas de saúde pública e questões políticas: “o programa de imunização não deve ter interferência política. O que atrapalha o programa é a interferência política”, colocou.

Maria Cristina ainda lembrou os presentes de um aspecto fundamental do trabalho de profissionais de saúde: “todo profissional de saúde deveria ter duas doses das vacinas contra sarampo, caxumba e rubéola e muitas vezes não nos lembramos disso”, disse.

Em sua palestra, a profissional procurou desfazer alguns mitos relativos à vacinação e que atrapalham o programa de imunização.

O enfermeiro Fábio Santos Prianti de Carvalho, que é Secretário Municipal de Saúde de Igaratá, município da região do Vale do Paraíba, falou em seguida, explicando aspectos do funcionamento do SUS do ponto de vista de um gestor público. Ele detalhou alguns dos desafios que os gestores enfrentam para colocar em prática alguns aspectos do sistema.

O maior desafio do gestor público, segundo Fábio, é a falta de financiamento adequado para o SUS com a qual os municípios sofrem, colocando os gestores municipais em situação delicada.

As palestras foram encerradas com a fala da enfermeira Juliana Oliveira Coelho, gestora na área de assistência à saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Taubaté.

Ela ratificou a apresentação de Fábio Carvalho, falando que enfrenta as mesmas dificuldades na gestão da saúde municipal de Taubaté, e destacou a importância da utilização de ferramentas adequadas para a correta administração de uma rede municipal de saúde: “a atenção à saúde é alcançada por meio de instrumentos, planejamento, coordenação e controle”, colocou.

A conselheira Ivany Baptista resumiu as apresentações destacando a grandeza do Sistema Único de Saúde Brasileiro e o papel da enfermagem na defesa desse sistema: “acho que o nosso SUS é exemplo mundial, é o maior plano de saúde do mundo, e temos que lutar por ele”, disse.

A parte da tarde da Roda de Conversa foi aberta pelo vice-presidente do Coren-SP, Cláudio Silveira. “Discutir saúde pública e essa questão da Atenção Básica é extremamente importante, e o envolvimento da enfermagem nessa discussão é fundamental pois somos o cerne do sistema de saúde”, pontuou.

Na parte da tarde os participantes foram divididos em dois grupos que discutiram os desafios e as questões pertinentes à atenção básica na região de São José dos Campos e Municípios vizinhos, elaborando um documento ao final com o conteúdo da Roda de Conversa.

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