Psicólogo questiona eficácia terapêutica de antidepressivos ISRS

Os antidepressivos da geração Prozac superam o efeito de placebos apenas nas pessoas mais severamente deprimidas. É o que informa estudo coordenado pelo psicólogo Irving Kirsch, da Universidade de Hull, no Reino Unido, que usou dados do governo norte-americano para melhor avaliar os verdadeiros benefícios dos antidepressivos. Ele obteve a análise dos resultados para todos os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) aprovados entre 1987 e 1999. Em um artigo muito discutido publicado em 2002, Kirsch mostrou que os ISRS foram pouco mais eficientes que placebos em reduzir a depressão. Por ter sido muito criticado por este artigo, Kirsch e colegas de quatro instituições no Canadá e Estados Unidos fizeram uma nova análise dos mesmos dados, desta vez para procurar encontrar um elo entre a gravidade da depressão e a eficácia das drogas. A análise incluiu 35 estudos sobre a fluoxetina, venlafaxine, nefazodone, e paroxetina (conhecidos sob a marca nomes Prozac, Effexor, Serzone, e Paxil respectivamente). Novamente, os resultados foram pouco convincentes, segundo relatado na revista PLoS Medicine e comentado na edição online da revista Science. Comparado com placebos, os ISRS não mostraram benefício em pacientes moderadamente deprimidos. Apenas aqueles com a mais alta classificação de depressão tiveram um benefício clinicamente significativo. Além disso, nos estudos analisados, uma proporção muito elevada de pacientes respondeu a placebos.