Presidente do Coren-SP faz palestra sobre registro de enfermagem a profissionais do Iamspe

O presidente do Coren-SP, James Francisco dos Santos, deu uma aula na manhã desta quarta-feira (9/3) à equipe do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo) sobre o papel da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e do Registro de Enfermagem na assistência. O evento foi no auditório do hospital, na zona sul da capital.

A gerente de enfermagem Amanda de Ornelas foi quem recebeu James

Recebido pela gerente de enfermagem do Iamspe, Amanda de Ornelas, James iniciou sua exposição falando sobre a obrigatoriedade de se fazer a SAE, inclusive para a proteção de toda a equipe assistencial. “Precisamos fazer a SAE para garantirmos a qualidade da nossa assistência. É preciso que mudemos nosso foco e não façamos a SAE como uma obrigação exigida pelo Conselho ou pela instituição, mas porque a enxergamos como algo importante para melhorar a qualidade do serviço que prestamos”, disse.

O presidente do Coren-SP, James Santos, apresenta aula sobre SAE


Ao falar sobre o registro de enfermagem, o presidente do Coren-SP chamou a atenção para uma função desse tipo de anotação pouco conhecida de muitos profissionais. Além de servir como prova legal das ações assistenciais de toda a equipe de enfermagem, o registro é uma ferramenta essencial para alimentar os indicadores do hospital, orientando a gestão da instituição na tomada de decisões sobre o dia a dia da assistência. “O registro de enfermagem demonstra a qualidade da assistência por meio de indicadores. Isso auxilia os gestores da equipe na hora de cobrar um maior número de profissionais para a diretoria do hospital, por exemplo”.

O conselheiro Valdenir Mariano (à esquerda, de azul), funcionário do Iamspe há mais de 25 anos, acompanhou a aula


Ainda no tópico do registro de enfermagem, James destacou que 50% das denúncias que chegam ao Coren-SP estão vinculadas ao registro de enfermagem, daí a importância de ter grande atenção e cuidado na hora de fazer as anotações, que devem ser feitas logo após cada ação assistencial. “É melhor eu registrar cada ação que eu executo ao invés de esperar para registrar tudo de uma vez depois. Se dou banho no paciente, por exemplo, o ideal é que eu registre isso logo depois. Se dou um medicamento, registro logo depois. A ordem cronológica do registro é fundamental e deve ser preservada”.

Profissionais de enfermagem do Iamspe acompanham aula realizada pelo presidente do Coren-SP

Por fim, o presidente do Coren-SP listou umas série de leis e normas que deveriam ser do conhecimento de cada enfermeiro, obstetriz, técnico e auxiliar de enfermagem, entre elas: o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, o Código de Defesa do Consumidor, a Lei do Exercício Profissional (lei 7.498/1986), a Lei Geral de Proteção de Dados (lei 13.709/2018), o Código Civil e o Código Penal.

O principal aspecto trazido pela palestra foi o da proteção legal exercida por um registro bem realizado. Quando o profissional presta a assistência de forma adequada e registra tudo, ele evita ser condenado em eventuais processos éticos, civis e criminais que possam ser abertos contra ele. “A pouca documentação sugere má prática da enfermagem. Informação não registrada é informação perdida. E para o juiz, quando não há o registro de uma ação, é como se legalmente ela não existisse”.