PNI chega aos 50 anos: Enfermagem é protagonista desta história

Com campanhas, busca ativa e monitoramento, Brasil quer voltar a ser referência em vacinas

O Programa Nacional de Imunização (PNI) chega aos 50 anos com um grande desafio. O Brasil, que erradicou a poliomielite e chegou a vacinar em um só dia quase todas as crianças menores de 5 anos, quer voltar a ser referência global em vacinação. São 35 mil salas de vacina, coordenada por enfermeiros, e o mais abrangente calendário de vacinas gratuitas entre os países de mais de 100 mil habitantes.

Fruto do sucesso da campanha de erradicação da varíola, o PNI foi formulado em 1973 e institucionalizado dois anos depois. Fez parte da Fundação Nacional de Saúde e,  a partir de 2003, passou a integrar a Secretaria de Vigilância ( DEVEP/SVS/MS), hoje coordenada pela enfermeira epidemiologista Ethel Maciel. “Os profissionais de Enfermagem são protagonistas desta história”, parabeniza a presidente do Cofen, Betânia Santos.

“A vacinação é um dos grandes ganhos civilizacionais, permitindo controlar e erradicar inúmeras doenças. Seu impacto positivo para a saúde é comparado pela Organização Mundial da Saúde ao do acesso à água potável”, afirma a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

queda alarmante das taxas de vacinação trouxe de volta o sarampo e colocam o país em risco de retorno de doenças graves, como a paralisia infantil.

No Brasil, 1,6 milhão de crianças não receberam nenhuma dose da vacina DTP, que previne contra difteria, tétano e coqueluche, entre 2019 e 2021. Globalmente, foram 48 milhões sem a DTP durante a pandemia, segundo o Unicef.

A queda da cobertura já dá sinais de reversão. A vacinação voltou a ser condicionante para recebimento do Bolsa Família, e o país retomou a estratégia histórica de campanhas vacinais. Mas é preciso recuperar a confiança da população e a consciência dos riscos evitados. Paradoxalmente, o sucesso do PNI na erradicação ou drástica redução de muitas doenças, levou a uma perda da memória coletiva sobre o risco das enfermidades.

“A Enfermagem tem como atribuição conscientizar os responsáveis pelas crianças da relevância e a necessidade do esquema de imunização, fazendo com que as crianças estejam protegidas de inúmeras doenças que podem levar a morte”, destaca a conselheira federal Ivone Amazonas. A enfermeira destaca a importância do acesso a cobertura de Saúde, do planejamento levando em conta as circunstâncias locais e da busca ativa.

“Com a redução significativa das coberturas entre as crianças, existe uma crescente preocupação com a criação de estratégias que visem ao aumento da cobertura vacinal entre as crianças menores de dois anos, especialmente por meio da ampliação do acesso aos serviços de saúde. Além do monitoramento, são imprescindíveis estratégias para a melhoria dos indicadores e avaliação do impacto dessas estratégias, por meio da comparação dos índices de imunização antes e depois da intervenção”, avalia.

Fonte: Ascom – Cofen

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