Pesquisadores suíços recriam um gene resistente ao vírus da Aids

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Genebra conseguiu reproduzir a estrutura de um gene presente num macaco sul-americano e considerado ativo contra o vírus da Aids, segundo estudos publicados na terça-feira (8) pelo Journal of Clinical Investigation. Esta descoberta poderá abrir caminho para novas terapias contra a Aids, de acordo com a pesquisa. O gene, descoberto em 2004 no macaco-coruja (Aotus trivirgatus) por um grupo de cientistas americanos da Universidade de Columbia, permite produzir uma proteína que mostrou resistência ao vírus da Aids. Os pesquisadores de Genebra conseguiram recriá-lo artificialmente, depois de ter descoberto que correspondia à fusão de dois genes humanos. Em seguida, conseguiram dar vida a este novo gene, a partir da inserção em células sanguíneas humanas. O gene também foi transplantado em um rato transgênico que apresenta as mesmas características imunitárias de um ser humano. O gene obtido mostrou a mesma potência inibidora contra o vírus que o gene original presente no macaco, disseram os pesquisadores. O gene que encontramos pode ser utilizado como uma alternativa para os remédios contra a Aids (…) que algumas pessoas não suportam, disse o professor Jeremy Luban, que dirige a equipe de Genebra. É possível utilizar como um gene terapêutico contra o HIV e ser transplantado em pessoas infectadas pelo vírus, observou. O professor Luban, que dirigia a equipe americana que descobriu o gene em 2004, prevê também investigar como este gene bloqueia o vírus da Aids. Na semana passada, outra descoberta importante foi feita em prol do combate à doença: um ponto fraco do vírus HIV comum a muitas de suas linhagens foi descoberto por pesquisadores norte-americanos, o que abre a possibilidade da fabricação de uma vacina contra o vírus.