Osteoporose pode atingir jovens e crianças, alertam médicos

Doença conhecida por atacar mulheres pós-menopausa e idosos, a osteoporose pode também aparecer em crianças e jovens, apesar de ser mais rara nesses grupos. Na verdade, ela atinge 25% das crianças com doenças crônicas, principalmente as que interferem na ingestão e na absorção de nutrientes –especialmente cálcio e vitamina D, o que leva à perda de massa óssea e ao aumento da fragilidade dos ossos. Entre os problemas que podem levar a isso incluem-se doenças intestinais, reumáticas e renais crônicas, além de fibrose cística e de anorexia. É uma doença bem silenciosa, não tem um sintoma característico, por isso, só aparece em fase avançada, quando começam as fraturas, diz o Henrique Mota Neto, presidente do Comitê de Osteoporose e Doenças Osteometabólicas da Sbot (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia), ressaltando a importância da consulta médica e da realização de exames sempre que houver indícios da doença. Segundo Maria Teresa Ramos Ascensão Terreri, reumatologista pediatra do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos, um tratamento preventivo pode melhorar a qualidade de vida dos pequenos pacientes, o que só é possível se a doença for identificada em crianças com doenças crônicas. Além disso, a doença também pode afetar jovens que consomem baixa quantidade de cálcio na alimentação e que têm fraturas de repetição e histórico familiar de osteoporose. De acordo com Mota Neto, a quantidade de cálcio recomendada para crianças varia de 800 mg a 1.000 mg. E o consumo precisa ser diário, mas, no caso de crianças, normalmente não é necessário haver suplementação. No caso de adolescentes até os 18 anos, o consumo recomendado é de 1.300 miligramas por dia –mesma quantidade aconselhada para mulheres grávidas e em fase de amamentação. Mota Neto lembra, entretanto, que a ingestão de cálcio por via alimentar nunca é demais. Além do consumo de leite e de vitamina D, os especialistas também recomendam a exposição ao sol e a prática de exercícios como medidas de prevenção ao problema. Diagnóstico O diagnóstico da osteoporose pode ser feito pelo exame de densitometria óssea, mas o exame clínico também é necessário para avaliar se a perda óssea, no caso daquele paciente, é mesmo significativa. Depois de verificada, a doença pode ser tratada com reposição de cálcio e vitamina D por meio de medicamentos. E tanto a prevenção quanto o tratamento são necessários inclusive para evitar o problema na idade adulta, já que, segundo os médicos, a massa óssea é formada durante a juventude e se deteriora após os 30 anos.