Novo tipo de células-tronco é estudado para combater recaída de câncer

A chave para evitar que o câncer volte a atacar pessoas aparentemente curadas e se espalhe por todo o organismo pode estar num tipo assustador e ainda pouco conhecido de células-tronco, afirmam cientistas. Essas entidades, que aparentemente funcionam de forma muito semelhante às células-tronco normais que montam ou reparam órgãos, seriam responsáveis pela sobrevivência dos tumores diante de tratamentos como a quimioterapia e a radioterapia. Um dos pesquisadores que estão tentando entender o funcionamento das células-tronco tumorais é o biólogo Oswaldo Keith Okamoto, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Trata-se de um novo conceito, que está sendo abordado cada vez mais em publicações científicas no mundo todo, e o grande interesse por trás disso é encontrar novos alvos para medicamentos contra o câncer, explicou Okamoto. Segundo o pesquisador da Unifesp, as primeiras pistas de que existiam células-tronco cancerígenas vieram do estudo de doenças como a leucemia, que é uma espécie de câncer do sangue – nessa doença, surge uma enorme quantidade de células sangüíneas aberrantes. Mais tarde, porém, começaram a aparecer indícios parecidos em tumores sólidos, como os de mama. O consenso que está emergindo é que quase todo tumor abriga análogos dessas células, em proporções – subpopulações celulares – muito pequenas.