Ministro da Saúde, atue pela enfermagem!

O Coren-SP vem a público conclamar ao novo ministro da saúde, Marcelo Queiroga, nomeado ontem (15) para o cargo, que a pasta implemente iniciativas de valorização e proteção àqueles que representam a maior linha de frente no combate à pandemia da Covid-19: a enfermagem.

Como é sabido, a enfermagem passa 24 horas por dia, 7 dias por semana ao lado dos pacientes – e durante a pandemia, isso não foi diferente. Os profissionais da categoria estão presentes em todos os momentos da assistência, desde o acolhimento e a classificação de risco até o aguardado momento da alta ou da triste notícia dos óbitos – o que a pandemia não deixa de causar diariamente, ceifando milhares de vida pelo país.

Todo sofrimento passado pelos pacientes também é sentido pelos profissionais de enfermagem. A Covid-19 compromete a capacidade respiratória dos pacientes e a sensação de impotência, a despeito de todos os esforços do conhecimento técnico-científico que marca a atuação da enfermagem, muitas vezes é inevitável. O sistema de saúde está sufocado e a enfermagem está submetida ao limite na assistência.

O Brasil conta atualmente com cerca de 2.400.000 profissionais de enfermagem e um a cada quatro deles está no estado de São Paulo. Ou seja, só neste estado, são cerca de 545.000 enfermeiros, obstetrizes, técnicos e auxiliares de enfermagem que se dedicam à arte de preservar e salvar vidas. E este meio milhão de vidas também precisa ser salvo.

No estado de São Paulo, a enfermagem já teve mais de 7600 contaminações pelo novo coronavírus e um total de 93 óbitos decorrentes dele. Os profissionais estão sujeitos a uma alta carga viral e não têm a opção de se isolarem em suas casas para se proteger da Covid-19.

É extremamente simbólico e importante que a vacinação no Brasil tenha sido iniciada com uma enfermeira, e pelas mãos de outra, como é a praxe no Sistema Único de Saúde (SUS). Entretanto, ainda que a enfermagem conduza a execução do Plano Nacional de Imunização, ela não tem sido priorizada para ser vacinada.

Há consagradas medidas de prevenção para a sociedade: uso de máscaras, higienização das mãos e distanciamento social, pautadas no compromisso com a ciência e em estudos publicados e referenciados. Essa prevenção faz com que o sistema de saúde não seja sobrecarregado e são medidas simples que podem evitar gastos enormes com a hospitalização, já sabidamente comprometida com a capacidade dos leitos já esgotada ou próxima do esgotamento em vários municípios.

Também podemos resumir em uma tríade as necessidades cruciais para a enfermagem neste momento, de forma a prezar pela continuidade da assistência: quantidade adequada de profissionais capacitados, disponibilidade de EPIs nas condições adequadas de trabalho e vacinação.

O Coren-SP deseja ao ministro da saúde Marcelo Queiroga uma gestão competente e técnica, que possa ajudar a tirar o Brasil do cruel ranking mundial de contaminações e mortes pela Covid-19 – bem como das que atingem diretamente a enfermagem. O Coren-SP também espera que sejam adotadas políticas de favorecimento e segurança para a assistência da enfermagem, pautadas sempre pela ciência, pelos estudos e pela técnica, jamais por questões eleitorais. O conselho está à disposição para dialogar, na busca pelas urgentes e imediatas soluções.

Por isso, Ministro, em um justo e necessário reconhecimento à atuação da enfermagem, o Coren-SP reúne a voz de meio milhão de profissionais de enfermagem paulistas: atue pela enfermagem!