Câmaras Técnicas refletem sobre papel da enfermagem na vacinação

As Câmaras Técnicas do Coren-SP continuam com a programação de palestras online sobre a Covid-19. O tema abordado nesta quinta-feira (29/7) foi “Vacinação contra Covid-19: o papel dos profissionais de enfermagem”. A moderadora da mesa foi a enfermeira Lucia Tobase, docente do Centro Universitário São Camilo e membro da Câmara Técnica do Coren-SP.

A live contou com a participação de duas convidadas: a enfermeira Rika Miyahara Kobayashi, Doutora em Enfermagem, coordenadora de Comissão de Residência Multiprofissional e do Programa de Residência em Enfermagem Cardiovascular do Instituto Dante Pazzanese; e a enfermeira Simone Oliveira Sierra, Mestre em Ciências da Reabilitação, diretora do Sindserv SBC e membro da Câmara Técnica do Coren-SP.

Integrantes da mesa-redonda “Vacinação contra Covid-19: o papel dos profissionais de enfermagem”

Rika iniciou a palestra apresentando o processo de vacinação contra Covid-19 e contextualizando como ocorreram as primeiras campanhas de vacinação no Brasil. O Programa Nacional de Imunização (PNI) foi criado em 1973, com a missão de reduzir a morbimortalidade por doenças imunopreveníveis e fortalecer ações integradas de vigilância em saúde para promoção, proteção e prevenção da população brasileira. Ela também mostrou como está o andamento da imunização contra Covid-19 no país e no mundo.

“A vacina tem sido vista como uma solução em potencial para o controle da pandemia, mas não podemos nos ater somente a ela, temos que manter as medidas protetivas de prevenção, com o uso de máscaras e distanciamento social, para que a gente possa conter a Covid-19”, frisou.

A palestrante Rika Kobayashi e a moderadora da atividade, Lucia Tobase

Em seguida, a enfermeira explicou todas as etapas no desenvolvimento, aprovação e o acesso às vacinas oferecido no país. Além disso, Simone destacou todas as características existentes entre as vacinas disponibilizadas no Brasil, seus princípios ativos e como ocorre o processo de imunização em cada uma delas (Coronavac, Astrazeneca, Pfizer, Janssen).

Dando continuidade na atividade, a enfermeira Simone Oliveira Sierra falou sobre os procedimentos na vacinação contra Covid-19. “Imunizar a população tem se mostrado o meio mais efetivo, eficaz e eficiente para controle, erradicação e até eliminação da doença, essa que assombra a sociedade por milênios antes do surgimento das primeiras vacinas”.

A moderadora Lucia Tobase e a palestrante Simone Sierra

Dentre os assuntos abordados, Simone falou sobre a história da vacinação no Brasil e como os profissionais da enfermagem se encaixam nesse contexto. A palestrante frisou aos participantes a importância de conhecer todos os procedimentos de vacinação que estão no Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação, publicado pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS). Neste documento constam todas as atualizações para os profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) que trabalham direta e indiretamente nas atividades de imunização nas três esferas de gestão do SUS.

Mesa-redonda “Assistência de Enfermagem no contexto da Covid-19”


No período da tarde, o evento das Câmaras Técnicas prosseguiu com a realização da mesa-redonda “Assistência de Enfermagem no contexto da Covid-19”, moderada pela conselheira Andrea Cotait e composta pela conselheira Ivany Baptista e pela enfermeira Monica Oscalices.

As componentes da mesa-redonda “Assistência de Enfermagem no contexto da Covid-19”

Monica fez a primeira apresentação da mesa, falando sobre as boas práticas no atendimento a paradas cardiorrespiratórias em pacientes com Covid-19 ou casos suspeitos da doença. Logo no início de sua apresentação, ela destacou a complexidade sintomatológica da Covid-19, detalhando que “parte dos pacientes apresentam insuficiência respiratória, injúria miocárdica, arritmias e choques. Esses sintomas comuns à doença podem desencadear parada cardiorrespiratória”.

Mas como atender a uma parada cardiorrespiratória nesse paciente sem pôr em risco a equipe de saúde que presta essa assistência? Monica respondeu com algumas diretrizes que vem sendo adotadas e divulgadas por estudos e órgãos competentes no mundo todo. “Mesmo que ocorra um atraso no início das compressões toráxicas, a segurança da equipe é sempre prioritária. Por isso, é indispensável que a equipe esteja toda paramentada com os EPIS adequados para poder atender essa parada. Além disso, não devemos utilizar o dispositivo bolsa-válvula-máscara (ambu) nesse paciente. A respiração ativa deve ser evitada, temos que fazer respiração passiva nesse paciente para evitar o contágio por aerossóis”.

Apresentação da palestrante Monica Oscalices

Monica também citou alguns procedimentos de segurança para a entubação do paciente com Covid-19. “No momento da entubação deve haver uma pausa no atendimento à parada. Essa entubação deve ser feita sempre pelo médico mais experiente da equipe e o uso do filtro HEPA é obrigatório nesse paciente”, afirmou.

Em seguida, a conselheira Ivany Baptista assumiu a live para falar sobre a prevenção de lesões por pressão no enfrentamento à Covid-19.

Ivany frisou que esse paciente corre um risco muito grande de desenvolver lesões por pressão, tanto por conta das alterações tromboembólicas trazidas pela Covid-19 quanto por conta da entubação e internação por longos períodos, nos caso de pacientes graves. A conselheira explicou que a melhor posição para acomodar esse paciente é a posição conhecida como “nadador”. “Temos que ter um outro olhar para acomodar o paciente nessa posição conhecida como ‘nadador’, onde temos acomodação de braços e cabeça. Também temos de nos lembrar de fazer o reposicionamento esporádico da cabeça”, afirmou.

Apresentação da palestrante conselheira Ivany Baptista mostra a posição de “natação”

Ivany ainda explicou alguns fatores que aumentam as chances do aparecimento das lesões por pressão no paciente com Covid-19: “Esses fatores foram divididos como extrínsecos e intrínsecos. Os extrínsecos seriam: a pressão, o cisalhamento, o atrito e a umidade. Já os fatores intrínsecos seriam a imobilidade, idade, nutrição, peso, perfusão, doenças neurológicas, sedação, fármacos e incontinência”.