Márcia Cabrita destaca o relacionamento do paciente com a Enfermagem

Destaque do segundo dia do 1º Congresso Paulista do Conselho Regional de Enfermagem, a palestra da atriz Márcia Cabrita, que se curou, recentemente, de um câncer no ovário, trouxe um panorama do relacionamento do paciente com o profissional de enfermagem. Márcia falou da legitimidade do sofrimento, da convivência no ambiente hospitalar e da sua dificuldade de encarar a doença com positividade.

“Não sou contra o pensamento positivo, mas sim da cura por merecimento. Ainda no século 21 acredita-se que o câncer é um carma. Pra mim isso é uma volta à Idade Média. Não é um carma, um castigo, é somente uma doença”, enfatizou.  “Quer dizer que só quem é bom se cura? Está cheio de gente boa, de caráter, que morre. Eu tive foi muita sorte, de ter acesso a um bom tratamento e bons profissionais”, argumentou.

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Para atriz, o pensar positivo não tem influência direta na cura da doença. “Se a cura está na minha cabeça, então coitado do meu cirurgião, não precisava ter estudado tanto”, destacou, brincando com a plateia.

Sobre o relacionamento com a equipe de enfermagem, Márcia disse que a diferenciação no uniforme foi o primeiro fator que lhe causou curiosidade. “Até então, achava que todos eram enfermeiros. A partir daí comecei a observar as diferenças das funções. Descobri que existe até maqueiro”, comentou. A atriz também falou da importância do atendimento humanizado. “Pra mim foi muito importante o sorriso de uma enfermeira logo após eu sair da minha primeira cirurgia. Também me recordo do maqueiro que disse que eu estava bonita de lenço e eu lá, toda estropiada. Ele insistiu para que eu acreditasse na opinião dele: opinião de macho que conta, porque mulher é tudo invejosa”, relembrou, rindo.

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