Mais de três milhões de crianças já compareceram aos postos

Nos primeiros quatro dias da campanha de atualização da caderneta, 845.455 mil crianças, menores de cinco anos, foram vacinadas contra doenças, como poliomielite, sarampo, rubéola, caxumba, coqueluche, meningite, entre outras. Este número representa 28% do contingente de três milhões de crianças que compareceram a um dos 34 mil postos de vacinação espalhados por todo o país. Contudo, nem todas precisaram tomar vacinas porque já estavam com a caderneta em dia.

O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, destacou a importância desta ação. “É a primeira vez que realizamos no Brasil um tipo de campanha como esta, com a oferta de todas as vacinas para atualizar o cartão da criança. Como o Programa Nacional de Imunizações oferece um número grande de vacinas – que são aplicadas em períodos diferentes – não é raro as crianças estarem com o calendário atrasado”, ressaltou.

De acordo com o secretário, se o calendário de vacinação não estiver em dia, a criança fica desprotegida até que ocorra a atualização. “Por isso esta campanha é importante. Se a criança está com o calendário totalmente atualizado, não vai tomar vacina, mas se estiver com alguma atrasada, precisa receber as doses naquele momento”, afirmou o secretário.

A ação tem como objetivo reduzir as taxas de abandono do esquema vacinal e, consequentemente, diminuir o risco de transmissão de doenças que podem ser prevenidas. Estão disponíveis todas as vacinas do calendário básico da criança. São elas: BCG, hepatite B, pentavalente, vacina inativada poliomielite (VIP), vacina oral poliomielite (VOP), rotavírus, pneumocócica 10 valente, meningocócica C conjugada, febre amarela, tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) e DTP (difteria, tétano e coqueluche).

Até o final da tarde desta terça-feira, foram aplicadas 1.339.946 doses de vacinas nas crianças menores de cinco anos de idade. A vacina tríplice bacteriana (DTP) foi a mais utilizada, com 298.120 doses administradas. Também foram aplicadas 237.216 doses da vacina oral poliomielite, 239.547 doses da vacina tríplice viral e 152.989 doses da vacina pneumocócica conjugada 10 valente. Os dados são preliminares e representam o que foi registrado pelos municípios até este momento.

Do total de doses aplicadas, a maior parte foi em crianças menores de um ano (477.848). Foram ainda aplicadas 316.075 em crianças de um ano de idade. Outras 38.449 doses foram administradas em crianças de dois anos de idade. Já na faixa etária de três anos, foram aplicadas 28.040. Entre aquelas com quatro anos de idade, foram administradas 482.654 doses.

A campanha é realizada em conjunto entre o Ministério da Saúde e as secretarias estaduais e municipais de saúde de todo o país. Para a operacionalização desta estratégia, o Ministério da Saúde repassou R$ 18,6 milhões do Fundo Nacional de Saúde (FNS) aos fundos estaduais e municipais.

A partir de agora passam a fazer parte do Calendário Básico de Vacinação a pentavalente e a Vacina Inativada Poliomielite.

PENTAVALENTE – É injetável e reúne em uma única aplicação a proteção de duas vacinas distintas, a tetravalente – que deixa de ser ofertada e protege contra difteria, tétano, coqueluche e doenças causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b, como meningite, e a vacina hepatite B. Significa uma picada a menos para as crianças. A vacina pentavalente será aplicada aos dois, aos quatro e aos seis meses de vida. Se a criança tiver começado o calendário com a tetravalente, sem que tenha terminado o esquema vacinal, deverá tomar a pentavalente. Contudo, caso o município tenha estoque remanescente da tetravalente, a criança poderá concluir o esquema com esta vacina.

Além da pentavalente, a criança manterá os dois reforços com a DTP. O primeiro reforço deverá ser administrado aos 12 meses e o segundo aos quatro anos. Os recém-nascidos continuam a receber a primeira dose da vacina hepatite B nas primeiras 24 horas de vida, preferencialmente nas 12 horas, para prevenir a transmissão vertical.

PÓLIO INATIVADA – As crianças que nunca foram imunizadas contra a paralisia infantil, irão tomar a primeira dose aos dois meses e a segunda aos quatro meses, com a vacina inativada poliomielite, de forma injetável. Já a terceira dose (aos seis meses), e o reforço (aos quinze meses) continuam com a vacina oral, ou seja, as duas gotinhas. As crianças que já começaram o calendário básico com a vacina oral continuam o esquema antigo com as gotinhas: dois meses, quatro meses, seis meses e 15 meses.

Enquanto a pólio não for erradicada no mundo, o Ministério da Saúde continuará a utilizar a vacina oral poliomielite (VOP), pois ainda existem três países (Nigéria, Afeganistão e Paquistão) endêmicos para a doença. As doses da VOP visam manter a imunidade populacional (de rebanho) contra o risco potencial de introdução de poliovírus selvagem através de viajantes oriundos de localidades que ainda apresentam casos autóctones da poliomielite, por exemplo.

O Brasil já está se preparando para utilizar, apenas, a vacina inativada quando ocorrer a erradicação da doença no mundo. A VIP será incluída na pentavalente junto com a vacina meningocócica C (conjugada) transformando-se na vacina heptavalente. Os laboratórios Bio-Manguinhos, Butantan e Fundação Ezequiel Dias (FUNED) estão desenvolvendo este projeto. A previsão é que a vacina heptavalente esteja disponível no Programa Nacional de Imunizações daqui a quatro ou cinco anos.

Amanda Costa
Fonte: Ministério da Saúde

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