Impacto da crise sobre pesquisas deve alastrar tuberculose, alerta ONU

A ONU advertiu ontem (24) que a tuberculose, doença que apesar de ter cura mata 1,75 milhão de pessoas ao ano, deve se propagar ainda mais se, em virtude da crise, forem reduzidos os fundos para pesquisa. Não aceitamos que, em nome da crise, uma pessoa seja obrigada a escolher entre pagar pelo tratamento e dar de comer a seus filhos, afirmou hoje o secretário-geral da ONU para a aids, Michel Sidibé, num fórum mundial que acontece no Rio de Janeiro e que coincide com o Dia Internacional contra a Tuberculose. Este ano, calcula-se que US$ 3 bilhões serão destinados ao combate da doença, que infecta 9,27 milhões de pessoas a cada ano. De acordo com a ONU, 87% desse dinheiro vem dos Governos de 94 países, em sua maioria europeus; 9%, do Banco Mundial (BM), e o restante, de doadores privados. Ainda segundo a organização, seriam necessários mais US$ 1,6 bilhão para, até 2015, reduzir à metade as mortes causadas pela tuberculose, meta que faz parte de um dos Objetivos do Milênio. Com este panorama, achamos que, em 2010, a diferença entre o que vai ser investido e o que se precisa investir crescerá para US$ 4 bilhões, disse o diretor do Fundo Mundial contra a Aids, a Tuberculose e a Malária, Michel Kazatchkine, em referência às três doenças que mais matam nos países pobres. A estreita relação entre a aids e a tuberculose é uma das maiores preocupações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que hoje revelou que 25% dos mortos por tuberculose, quase meio milhão ao ano, estavam infectados com o vírus HIV, o dobro do que se pensava até agora.