Helmet diminui chances de intubação por insuficiência respiratória

A insuficiência respiratória tem sido um dos principais sintomas causados pela Covid-19. É uma condição na qual o corpo não consegue mais realizar as trocas gasosas sozinho, necessitando de ajuda externa para completar essa tarefa. Nessas condições, a ventilação mecânica (VM) é indispensável para manter a vida do paciente.

A VM pode ser realizada de forma não invasiva utilizando o helmet (capacete), que é um dispositivo associado a um ventilador mecânico ou ao fluxômetro e válvula de pressão expiratória final positiva (PEEP). “A principal função deste equipamento é oferecer oxigênio com pressão positiva dentro do compartimento helmet, fazendo com que o paciente diminua o esforço respiratório. Com isso, é possível expandir melhor os pulmões e aumentar a saturação do oxigênio”, disse Wander Roberto Boneli, enfermeiro e secretário de saúde do município de Descalvado.

Helmet (capacete)

Segundo Wander Boneli, utilizando o helmet consegue-se: melhorar a oxigenação dos pacientes com insuficiência respiratória leve e moderada causada pelo SARS-COV-2 e outros quadros respiratórios, evitar lesões na face (causadas pela pressão localizada), melhorar a oxigenação e redução da hipoxemia clínica, melhorar o padrão gasométrico e evitar o uso de ventilação invasiva (intubação do paciente).

“O uso do capacete de ventilação não invasiva (VNI) evitou a intubação de 54% dos pacientes com síndrome de desconforto respiratório agudo (SDRA) e de 20% dos pacientes com Covid-19. O período de utilização do helmet é superior ao utilizado por uma VNI convencional, a probabilidade de o paciente evoluir para insuficiência respiratória se torna menor. Em contrapartida, a pressão positiva exercida no capacete pode causar desconforto nos primeiros minutos de uso, o aumento da pressão de PEEP/CPAP deve ocorrer de forma gradual”, explicou.

Wander Boneli, enfermeiro e Secretário Municipal de Saúde de Descalvado

Quando indicado pelo médico, a enfermagem e/ou fisioterapia acoplará o helmet ao paciente e acompanhará seu leito nos primeiros 15 minutos, para observar se o mesmo ficará bem preso ao dispositivo e para certificar-se que não haverá crise de pânico, queda de oxigênio, ansiedade e outros fatores. Finalizada a terapia, a enfermagem e/ou fisioterapia reavaliará o paciente e encaminhará os equipamentos para o expurgo, para que passe pelo processo de desinfecção e esterilização. Esse novo dispositivo permite deixar o paciente acoplado por mais tempo, podendo permanecer de 6 até 24 horas (em virtude do conforto oferecido comparado as máscaras convencionais  que pressionam as estruturas ósseas da face).

O VNI é formado basicamente por um ventilador mecânico, um jogo de circuito para ventilação (válvula inspiratória/expiratória), um capacete helmet de PVC atóxico, com membrana de látex para o pescoço, cinto de fixação, válvula para passagem de canudos e sondas, e mosquetão para suporte do cinto. Todos reaproveitados após serem esterilizados.