Graduação torna curso mais inclusivo com história de personagens negligenciadas da enfermagem

Florence Nightingale, Anna Nery e Wanda de Aguiar Horta são alguns dos nomes mais conhecidos da história da enfermagem: personagens que fizeram contribuições importantíssimas para a profissão e que são reconhecidas até hoje. Além delas, existe também uma série de outras figuras importantes que têm sido negligenciadas quando se conta a história da enfermagem: mulheres negras como Ivone Lara e personagens normalmente negligenciadas como Madame Durocher, parteira da corte imperial e primeira mulher a ser aceita na Academia Imperial de Medicina, por exemplo.

Para mudar isso, a professora Carolina Polido, coordenadora da graduação em enfermagem da Universidade Estácio em Ourinhos e a líder nacional do curso de enfermagem da universidade, Joyce Pereira dos Santos Muniz, decidiram acrescentar à grade curricular a história dessas personagens negligenciadas.

Joyce Pereira dos Santos Muniz, líder nacional do curso de enfermagem da Estácio

A mudança na grade curricular ocorreu em 2020, partindo de conversas entre Carolina e Joyce, que explica o impacto positivo que já pose ser observado a partir do acréscimo na grade curricular da história dessas mulheres negligenciadas: “Muitos de nossos alunos são negros e quando eles começam a se identificar na própria história da profissão, eles percebem que são capazes de seguir em frente. É uma construção de identidade mesmo. A partir dessa mudança no ensino da história da enfermagem, começamos a perceber o empoderamento e a mudança de perfil desses alunos, que chegam muito mais empoderados na prática, se colocam muito mais”, conta.

O acréscimo da história dessas mulheres negligenciadas ocorreu em todas as mais de 70 unidades da Estácio que oferecerem a graduação em enfermagem em todo o Brasil.

Carolina Polido, coordenadora da graduação no campus de Ourinhos

Carolina reitera o impacto positivo que o fato de se reconhecer na prória história trouxe aos estudantes: “Esse reconhecimento é muito importante, proporciona que os alunos vão vencendo barreiras sociais e que, independentemente de raça ou local de onde eles vieram, eles consigam enxergar essa enfermagem menos submissa e mais empoderada”, conclui.