Estudo propõe novo exame para câncer de próstata

Um marcador oncológico usado em mulheres com câncer de mama pode ser eficiente para detectar tumores malignos na próstata (o câncer mais prevalente entre homens). A constatação foi feita por pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein e da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) em estudo com 110 pacientes. Trata-se do HER-2, uma proteína ligada à multiplicação celular que está presente em maior quantidade em alguns tipos de célula cancerosa – no caso do câncer de próstata, o resultado positivo indica não só a existência do câncer como a sua agressividade: os que apresentam superexpressão de HER-2 são piores do que os que não têm essa característica. O principal marcador usado para identificar a doença é o PSA – uma substância produzida pela próstata que aparece de forma mais elevada em pacientes com câncer no órgão. Mas não é só o câncer que afeta o marcador, afirma o urologista Carlos Eduardo Corradi, chefe do departamento de uro-oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia: a hiperplasia benigna da próstata e inflamações no órgão elevam o índice de PSA. Outra desvantagem do PSA é que ele é muito sensível a intervenções hormonais, afirma o oncologista Auro del Giglio, coordenador do Einstein. Isso pode prejudicar a identificação de câncer em homens que usam finasterida (remédio para queda de cabelo), por exemplo. Como a substância faz com que o índice de PSA caia pela metade, o resultado do teste não é tão preciso. Essa limitação do marcador pode se tornar ainda mais importante a partir de agora, já que entidades médicas norte-americanas divulgaram, na semana retrasada, uma orientação de que homens saudáveis usem a finasterida como forma de reduzir o risco do câncer de próstata. O problema, afirma Giglio, também aparece no acompanhamento de alguns pacientes que são submetidos a hormonioterapia. Quando adotamos esse tratamento, é difícil saber se a queda observada no PSA se deve totalmente a uma diminuição do tumor ou não.