Epidemia de dengue afeta demais atendimentos na saúde do Rio de Janeiro

A epidemia de dengue no Rio de Janeiro já prejudica o atendimento a pacientes com outras doenças. Entre os efeitos da epidemia estão a suspensão de cirurgias eletivas em hospitais públicos e particulares e atrasos na entrega de exames laboratoriais. Precisamos dos leitos liberados porque o doente de dengue não escolhe quando vai precisar ficar internado, afirma o infectologista pediátrico Edmilson Migowski, chefe do Serviço de Infectologia Pediátrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Para Migowski, os hospitais públicos e particulares estão saturados porque nunca se viu tantos casos como agora. De acordo com o ortopedista Marcos Musafir, integrante da diretoria da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot) e ex-presidente da entidade, nas últimas semanas, 60% das cirurgias eletivas da sua especialidade foram canceladas em hospitais públicos. Na rede privada, esse índice está entre 10% e 20%. A situação de calamidade demanda esforço de toda a área de saúde para proteger as pessoas, afirmou. Nas seis unidades federais do Rio, 209 leitos foram reservados para pacientes com dengue, entre vagas novas e de cirurgias remarcadas. Nos laboratórios, o crescimento do número de hemogramas e sorologias de dengue fez com que os exames fossem entregues com atraso. No Laboratório Sérgio Franco, por exemplo, o volume de hemogramas saltou de 3.253 em fevereiro para 9.363 em março.