Epidemia de Aids na África deve ser tratada como catástrofe

A epidemia de Aids no sul da África é tão grave que deveria ser classificada como catástrofe, advertiu a organização assistencial IFRC (Federação Internacional da Cruz Vermelha e da Crescente Vermelha). A crise se encaixa na definição das Nações Unidas para catástrofe, como um evento que vai além do que uma única sociedade pode enfrentar, afirmou a entidade, que acredita que a epidemia de Aids deveria receber, de governos e organizações, o mesmo tratamento urgente dispensado a catástrofes e desastres naturais. O Relatório Mundial sobre Desastres da IFRC costuma se dedicar a análise de respostas a desastres naturais como terremotos. Mas neste ano, a entidade resolveu abandonar a tradição para focar no que ela considera um dos problemas mais complexos e duradouros enfrentados pela humanidade: a epidemia de Aids. O documento, de cerca de 250 páginas, diz que boa parte do dinheiro gasto com a Aids – bilhões de dólares no total – não está chegando aos necessitados. A epidemia provocou 25 milhões de mortes, há 33 milhões de pessoas vivendo com o vírus HIV ou com Aids e ocorrem 7 mil novas infecções a cada dia. Cerca de 2,1 milhões de pessoas morreram da doença só no ano passado. A IFRC acredita que a resposta mundial à epidemia deixa a desejar.