Enfermeira escreve poesias para pacientes da Santa Casa de São Carlos

Diante das dificuldades enfrentadas pelos profissionais da saúde, a enfermeira Roziele Silva de Oliveira, 27 anos, natural de Várzea da Roça (BA), encontra na poesia uma maneira de alegrar as pessoas que por ali passam.

A enfermeira conta que sempre adorou escrever. “Desde muito cedo já escrevia versinhos e ao longo dos anos fui me apaixonando por literatura de cordel e por poesias. Comecei aqui na Santa Casa o meu projeto de escrita para os pacientes e acredito que já escrevi aproximadamente umas 200 poesias e cordéis”, disse.

Enfermeira Roziele Silva de Oliveira

Durante seus anos de experiência como enfermeira, Roziele pôde conhecer e ajudar diversas pessoas, tratando não só de feridas, mas de almas também. “Vivi muitas coisas incríveis, pude tocar o coração de muita gente e principalmente o meu coração. Uma história que me marcou bastante foi de um paciente bem jovem, ele tinha um diagnóstico bem reservado e ficou algumas semanas com a gente internado, combinei com o núcleo de humanização e fizemos uma festa de aniversário para ele. Quando eu li a poesia, ele chorou e ficou muitíssimo feliz, pois nunca tinha ganhado uma festa surpresa antes e jamais imaginou que ganharia uma poesia”, relembra.

Roziele é graduada em enfermagem pela faculdade Adventista da Bahia e atua na Santa Casa de São Carlos desde 2017, após participar de um processo seletivo. “Sou enfermeira assistencial e membro da comissão de ética de enfermagem da Santa Casa. Durante a pandemia, o que mais tem sido difícil para mim é a distância que temos das pessoas. Não poder beijá-las e abraçá-las é muito triste. Escrever poesia nunca fez tanto sentido, as pessoas estão carentes de amor, de atenção e de esperança. Poder trazer uma palavra de conforto faz toda diferença,” complementou.

As obras de Roziele podem ser encontradas no livro de sua autoria “Poesia no Hospital”.