Enfermeira Mery Bassi deixa grande contribuição para a saúde paulista

A enfermeira Mery Aidar Bassi, ao falecer aos 93 anos,  deixou uma linda história marcada por grandes conquistas na área da saúde. Mery era graduada em enfermagem, pela Universidade de São Paulo (USP), em letras e pedagogia pela Universidade do Vale do Paraíba (Univap).

Sua vida como docente começou na USP, onde atuou durante oito anos. Mais tarde lecionou na extinta Escola de Enfermagem Dom Epaminondas, em São José dos Campos. Também trabalhou dois anos em Pitsburgo, no Hospital Montefiore, Pensilvânia.

Enfermeira Mery Aidar Bassi

Mery era fluente em três línguas; Inglês, Francês e Italiano; e liderou a comissão que possibilitou a fundação da Escola de Enfermagem General Robert Wood Johnson, em São José dos Campos,  em 1976, na qual atuou como diretora desde sua fundação até fevereiro de 2000. “D. Mery, como gostava de ser chamada, procurou patrocinadores para a abertura de uma escola de enfermagem em São José dos Campos, pois nesse mesmo ano a única escola que formava profissionais de enfermagem na cidade havia encerrado suas atividades”, explicou Eloísa Pinho, atual diretora pedagógica da escola.

Enquanto ocupou o  cargo de diretora, desenvolveu diversos projetos na escola e escreveu dois livros: Florence Nightingale – a Dama da Lâmpada, publicado em 1999 e Canarinhos e Roseira – História da Fundação R. W. Johnson.

Em nome da Fundação R W Johnson, Eloísa deixa uma homenagem. “Bassi foi uma mulher forte e determinada. Dedicou sua vida profissional ao reconhecimento da importância da enfermagem. Possuidora de notável inteligência e grande capacidade de comunicação, ela soube direcionar seus esforços para a formação de profissionais de enfermagem com excelência. Seu legado se reflete na assistência de enfermagem prestada com qualidade por tantos auxiliares e técnicos de enfermagem formados pela Fundação R W Johnson. Para nós, enfermeiras docentes, que tivemos a imensa satisfação de com ela conviver, cabe o agradecimento, a saudade e a responsabilidade de dar continuidade ao seu trabalho”, completou Eloísa.

A enfermeira teve três filhos, Sérgio, Francisco e Fernando Bassi. Sérgio conta que a mãe tinha muitos talentos. “Ela se dedicou, com sucesso, ao canto lírico, sendo uma Soprano destacada nos corais e grupos nos quais atuou. Fez parte do movimento cultural de São José dos Campos, sendo uma das criadoras da  Sociedade de Educação e Cultura Musical de São José dos Campos (Socem). Além disso, recebeu o título de cidadã honorária de São José dos Campos. Mãe! você sempre será um exemplo e inspiração para nós. Com certeza em muitos momentos de decisão pensaremos: o que a Dona Mery faria agora?”disse.

Mery uniu gerações e deixou muita saudade aos seus familiares. “Minha avó tinha uma força realizadora muito marcante, era o tipo de pessoa que causava impacto em todos que a conheciam. Não tinha vergonha de se posicionar e aproveitava todas as oportunidades de compartilhar conhecimento. Ela era muito exigente com as próprias realizações e acho que isso foi um motor para ela alcançar sucesso em tantas vertentes diferentes, em uma época que as mulheres não tinham o protagonismo que têm hoje”, comentou Carla Bassi.

As netas Clara Ferraz Bassi,Fernanda de Brito Bassi e Adriana Bassi (respectivamente)

Sua outra neta Adriana Bassi, de 26 anos, relembra como eram as tardes junto da avó. “Sempre tive uma relação muito boa com ela, passávamos as tardes conversando. Ela me contava episódios sortidos da sua infância, sua trajetória como cantora lírica e histórias inspiradoras da sua época trabalhando em hospitais. Levarei comigo sua coragem de enfrentar desafios, desbravar novos horizontes, defender ideais, e a paixão pelo trabalho. Me orgulha pensar que ela deixou um grande legado e formou muitas pessoas. Sei que ela vive não só em nós, familiares, mas em muitos de seus alunos,” expressou.