Enfermeira é pioneira no trabalho educativo com pacientes diabéticos no Brasil

A enfermeira Paula Maria de Pasquali é pioneira no trabalho de educação de pacientes diabéticos – desde 1990 ela trabalha melhorando a qualidade de vida dessa população por meio do ensino, sendo uma pioneira nessa área no Brasil.

Em comemoração ao Dia Mundial da Diabetes, em 14 de novembro – data dedicada à conscientização sobre essa doença – Paula Maria fala  sobre o trabalho que ela desenvolve. “Eu acho que o processo educativo, muitas vezes, chega a ser mais importante do que simplesmente tomar a medicação, porque se o paciente se medica mas não faz o monitoramento correto da glicemia, por exemplo, essa medicação não faz o efeito esperado”, explica, destacando a importância desse processo educativo quando o assunto é diabetes.

A enfermeira Paula Maria de Pasquali é pioneira no trabalho educativo relacionado à diabetes no Brasil

O trabalho de Paula nessa área teve início em 1990, quando foi chamada para montar um centro de educação em diabetes por uma empresa fabricante de seringas para aplicação de insulina. Seria o primeiro centro desse tipo no Brasil, parte de uma iniciativa global da empresa.

“Me encantei pela causa, fiquei trabalhando nessa empresa por 15 anos. Nesse período, desenvolvemos não só um trabalho educativo para os pacientes, mas também para profissionais de saúde. Tínhamos uma linha 0800 para a qual as pessoas com diabetes podiam ligar para resolver suas dúvidas. Além disso, desenvolvemos um material educativo que, após os telefonemas, era enviado para esses pacientes”, conta.

Depois disso o projeto continuou crescendo, e passou a englobar os Centros de Diabetes existentes no Brasil na época. “Fazíamos o projeto de educação dos cinco Centros de Diabetes que existiam na época”, explica a profissional.

Paula conta que houve um despertar do enfermeiro para o trabalho de educação do paciente com diabetes, algo que atualmente é comum tanto nas empresas farmacêuticas quanto na Atenção Básica. “Atualmente temos enfermeiros fazendo um trabalho interessante na Atenção Básica e também nos hospitais, desde o momento da internação. Atualmente os hospitais têm grupos de profissionais de saúde que trabalham especificamente com diabetes quando algum paciente é internado. O enfermeiro está à frente desse trabalho”, diz.

Atualmente, Paula trabalha como enfermeira no Instituto Brasileiro de Tecnologia e Educação em Diabetes (IBTED), além de fazer parte do departamento de enfermagem da Sociedade Brasileira de Diabetes, onde continua o trabalho educativo iniciado nos anos 90, cujo maior legado, nas palavras dela, foi ter aberto um novo campo de trabalho para os enfermeiros: “Já na década de 90 a gente foi construindo esse trabalho do enfermeiro dentro das empresas. Hoje, a grande maioria das que atuam nessa área reconhece o enfermeiro como profissional importante na área de treinamento do usuário. Essa sementinha que foi plantada gerou frutos, é mais um campo que se abriu para a enfermagem”, finaliza.