Enfermeira da linha de frente conta como é vencer a Covid-19

O desafio de enfrentar uma pandemia há mais de um ano aumenta a cada dia para os profissionais da saúde. Além das jornadas exaustivas, muitos estão sendo contaminados pela doença. Este é o caso da enfermeira Raquel de Oliveira Possimozer, 46 anos, residente na cidade de Marília, centro oeste paulista.

Enfermeira Raquel de Oliveira Possimozer

Raquel trabalha na Santa Casa de Misericórdia de Marília desde 2011 e atua na linha de frente na UTI adulto Covid-19 desde o início da pandemia, desempenhando atividades de gerenciamento deste setor. No dia 3/2, a enfermeira começou a apresentar sintomas do vírus (cefaléia e febre). “A princípio pensei que fosse sinusite, procurei atendimento médico, fiz raio-X da face e pulmão e fui afastada das minhas atividades. Eu não queria acreditar que estava com Covid”, conta.

Como é protocolo da instituição onde trabalha, Raquel realizou os exames e o resultado atestou positivo para a doença. Após procurar o serviço de saúde, foi constatado comprometimento pulmonar e ela precisou ser internada. A enfermeira foi encaminhada para a UTI (setor onde trabalha), porém, desta vez como paciente.

Foram muitos momentos de angústia e medo. “A situação mais difícil pra mim foi quando o Dr. Hugo, com quem eu trabalho, comunicou que eu precisaria ser entubada, para poder respirar melhor. Meu mundo desabou, lembrei-me da minha família e pensei que não voltaria para casa. Foi um choque para mim e para equipe com quem trabalho”, disse.

Durante o período de internação, Raquel teve algumas complicações como pneumonia bacteriana, edema agudo pulmonar e perda de peso. Ela chegou a fazer uso de antibióticos e corticoides em busca de progresso na recuperação. Embora estivesse passando por momentos difíceis, a enfermeira estava nas mãos da equipe que trabalhava diariamente e isso ajudou muito na sua recuperação, pois ela recebeu muito carinho dos colegas.

Após alta hospitalar, Raquel fez reabilitação e retornou ao trabalho sem sequelas. “Tudo isso me ajuda a conversar com os pacientes e familiares com propriedade, ouço suas angústias e procuro acalmá-los. Sempre me coloco como exemplo de que há esperança”, expressou.