Enfermagem do Hospital Brigadeiro mantém índice zero de infecções há mais de 10 meses

A prevenção de infecções é um dos grandes desafios das equipes que atuam nos hospitais. Em visita ao Hospital de Transplantes Dr. Euryclides de Jesus Zerbini, também conhecido como Hospital Brigadeiro, a presidente do Coren-SP, Renata Pietro, teve a oportunidade de conhecer o trabalho realizado na instituição que resultou na diminuição de quadros de infecção hospitalar. “Estamos completando 10 meses sem nenhum quadro infeccioso no setor de onco-hematologia, graças ao empenho e a atuação das equipes de enfermagem”, diz o diretor de enfermagem, Deyvid Fernando.

Presidente do Coren-SP ao lado dos profissionais do Hospital Brigadeiro

Renata Pietro dialoga com o diretor de enfermagem, Deyvid Fernando

De acordo com Deyvid, a atuação exclusiva da enfermagem em um dos andares do hospital foi uma sugestão do médico e diretor superintendente, Dr. Otávio Monteiro Becker, que apresentou uma pesquisa realizada com vários hospitais na Europa. Os estudos apontavam uma avaliação que associava a taxa de mortalidade ao nível de atuação da enfermagem, exemplificando que, quanto mais profissionais capacitados, menores as chances de infecção, tempo de internação e outras complicações.

Otávio ainda aponta que os indicadores de sepse diminuíram em 12% após a adoção desse modelo. “A enfermagem é responsável pela abertura de protocolos de sepse. Com isso nós tivemos uma diminuição importante de custos com medicamentos e antibióticos, resultando em melhorias na segurança dos pacientes”, conta.

Dr. Otávio elogia e destaca a importância da atuação da enfermagem

Plano de ação

“Todos os nossos esforços resultaram na diminuição de óbitos por infecção, é um marco para o hospital”. A fala é da gerente de enfermagem do Hospital Brigadeiro, Aline Correa de Araújo, que realizou a contratação de 20 enfermeiros para dar início ao projeto na instituição.

A gerente de enfermagem Aline Correa de Araújo conta sobre como foi o processo

“O projeto conta com enfermeiros recém-formados que são submetidos a um treinamento regado de aulas teóricas, práticas e estudos de caso e, ao mesmo tempo, eles vão conhecendo e se adaptando à rotina da unidade”, explica.

Segundo a enfermeira assistencial Márcia Regina Mazotti, além de proporcionar um cuidado efetivo ao paciente, reduzindo os quadros de infecção na corrente sanguínea, o empenho desses profissionais também contribui para a redução de custos. “Se você reduz o número de infecções, você também reduz custos com antibióticos. É um processo longo, complexo e fundamental”, analisa Márcia.

“É um processo longo, complexo e fundamental”, diz Márcia Regina Mazotti

As enfermeiras sêniors Paula Rodrigues de Souza e Kelly Barbosa Souza fazem parte da primeira turma do projeto. “Nós começamos com o intuito de diminuir os casos de infecção e, hoje, estamos há quase um ano sem óbitos”, diz Paula.

A enfermeira sênior Paula Rodrigues de Souza

Já para Kelly, as oportunidades e experiências passadas no hospital favorecem a participação do enfermeiro de forma direta e eficaz com o paciente.

A enfermeira sênior Kelly Barbosa Souza

Resultados

Prestes a completar um ano sem casos por infecção, os setores de onco-hematologia, transplante de médula óssea e de fígado do Hospital Brigadeiro já contam com modelo assistencial composto pelas equipes de enfermagem. “Participei da primeira turma de 2017 e poder avaliar a diferença que o nosso trabalho fez não só no nosso setor, mas em outros também, é extremamente satisfatório”, avalia a enfermeira e responsável pelo setor de onco-hematologia, Beatriz Gonçalves Martins.

A enfermeira Beatriz Gonçalves Martins é responsável pelo setor de onco-hematologia

Para a presidente do Coren-SP, Renata Pietro, ter uma instituição que desenvolve um trabalho exclusivo com profissionais de enfermagem demonstra a valorização, o reconhecimento e a inovação da categoria. “Este ano é o ano da enfermagem e é importante mostrarmos que existem unidades trabalhando pela multidisciplinaridade e que contribuem fielmente para o aperfeiçoamento da assistência. Um paciente que se encontra em estado grave precisa de uma assistência maior. Quando a enfermagem está na linha de frente, a gente modifica os desfechos”, declara Renata Pietro.

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