Doação de órgãos: falta de informação ainda é obstáculo na luta pela vida

A doação de órgãos é um ato nobre que pode salvar milhares de vidas. Em algumas situações, o transplante de órgãos e tecidos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de recomeço para pessoas que estão na fila de espera. Conscientizar as pessoas sobre a importância da doação de órgãos é um verdadeiro compromisso em prol da vida. Afinal, doar órgãos é sinônimo de doar vidas.

O enfermeiro e conselheiro do Coren-SP, Cesar Augusto Guimarães, é especialista e atua há 18 anos com captação de órgãos e tecidos para transplante. Sua vasta experiência na área possibilitou que ele chefiasse a organização de procura de órgãos da Instituição Dante Pazzanese, por 13 anos. “Eu acredito muito na importância da doação porque, muitas vezes, ela é a única chance que uma pessoa pode ter para voltar a viver. Mesmo com a tecnologia, em algumas situações, o transplante é a única opção de um tratamento eficaz”, conta o enfermeiro.

O enfermeiro e conselheiro do Coren-SP, Cesar Augusto Guimarães, é especialista em captação de órgãos e tecidos para transplante.

Cesar explica que a abordagem de conscientização é a solução para que  a população tenha conhecimento sobre a importância do ato que pode salvar  vidas. O enfermeiro também apresentou alguns dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), os quais revelaram que no Brasil, em 2018, havia 33.454 adultos e 635 crianças na lista de espera.  

Entretanto, no primeiro semestre de 2019, houve uma estagnação que refletiu no aumento de 6% de adultos na lista, ou seja, cerca de 35.519 pessoas ainda estão aguardando a sua vez. Segundo Cesar, esse aumento vem acompanhado de um número crescente da recusa familiar sobre a doação de órgãos. Em 2018, essa recusa foi de 43%.

“É importante incentivarmos os debates sobre esse assunto, pois muitas vezes as pessoas não sabem como fazer para ser um doador. No Brasil é muito simples, comparado a outros países. Basta que você avise a sua família e deixe registrada a sua vontade. Você não só estará ajudando uma pessoa, mas, sim, ressignificando o sentindo da vida para ela”, analisa o enfermeiro.

Cesar ainda ressalta a atuação fundamental das equipes de enfermagem durante todo o processo que compreende a captação de órgãos e tecidos, desde a conversa com a família do possível doador, na participação cirúrgica, até no acompanhamento do pós-operatório.  

“Eu ouso dizer que hoje em dia não existe transplantes se não houver a participação da enfermagem. Somos nós que participamos do acolhimento e da realização da entrevista familiar após a constatação do óbito. É o enfermeiro que faz a viabilização do doador, seja na coleta de exames ou no preparo das informações que serão enviadas a central de transplantes. O enfermeiro atua em todas a etapas do processo com o máximo de competência, compromisso e respeito à vida”, finaliza.

 

 

 

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