Diagnóstico precoce diminui casos graves de dengue em 45%

De acordo com balanço do primeiro semestre de 2011 divulgado pelo Ministério da Saúde, os casos graves de dengue confirmados caíram 45% em comparação com o mesmo período de 2010. De janeiro ao início de julho de 2011, foram confirmados 8.102 casos graves da doença, contra 14.685 no primeiro semestre do ano passado.

No mesmo período, o número de mortes pela doença sofreu redução de 44%. Em 2011, foram confirmados 310 óbitos, contra 554 casos de janeiro a julho de 2010.

Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a queda no número se deve à organização da rede pública de saúde em todo País, a ampliação no fluxo de atendimento e, sobretudo, ao diagnóstico precoce. “Contribuíram para essa redução o esforço dos profissionais de saúde e o controle dos focos do mosquito pelas equipes de vigilância”, diz ele. Padilha reforçou ainda o papel da população no combate à doença. “No segundo semestre, vamos aumentar a mobilização fazendo ações junto à população”.

A maioria dos casos graves confirmados (57%) está concentrada nas regiões Sudeste e Nordeste, nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Ceará. A maior incidência de óbitos (70%) ocorreu nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Bahia e Amazonas. Mesmo que o Ministério tenha atingido a meta de reduzir os casos de dengue, de acordo com o ministro, as ações de prevenção não devem ser amenizadas. “Temos vários tipos de vírus circulando e pessoas suscetíveis, que não foram contaminadas. Portanto, não devemos reduzir as ações, mas, pelo contrário, reforçá-las”.

O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, destacou a importância das ações das secretarias estaduais e municipais. “O grande desafio foi integrar o combate ao mosquito com ações de saúde e vigilância”, disse ele.

Notificações

No início deste ano, foi publicada a portaria 104/2011, que obriga as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde a notificar imediatamente o Ministério da Saúde dos casos graves e óbitos por dengue. O sistema permitiu a orientação da assistência nos estados e municípios com informações em tempo adequado.

O número de notificações sofreu redução no primeiro semestre de 2011. De janeiro a início de julho, foram 715.666 contra 874.793 notificações em 2010. É uma queda de 18%. A região Sudeste tem o maior número de casos notificados (338.307 – 47%); seguida da Região Nordeste (157.297 casos – 22%); Norte (110.711 – 15%); Sul (56.930 – 8%) e Centro-Oeste (52.421 – 7%). Na análise comparativa com 2010, houve redução nas regiões Sudeste (-25%) e Centro-Oeste (-74%), e aumento nas regiões Norte (+65%) e Sul (+43%).

Dos casos notificados, 75% estão concentrados em oito estados: Rio de Janeiro (137.335); São Paulo (11.406); Amazonas (57.117); Ceará (56.390); Paraná (55.029); Minas Gerais (49.883); Espírito Santo (39.683) e Bahia (30.588).