Covid-19: testagem da equipe de enfermagem constata eficácia no plano de contingência da Santa Casa Carolina Malheiros

Na última terça-feira (21/7), a enfermeira Cíntia Carla Mometti, Responsável Técnica pela enfermagem da Santa Casa Carolina Malheiros, em São João da Boa Vista, na região centro-leste do estado, começou a receber os primeiros resultados dos testes para Covid-19 feitos em sua equipe.

Um a um, os testes dos 70 profissionais da linha de frente, sendo 50 deles da enfermagem, foram se revelando negativos. Dos 70 funcionários testados, apenas uma técnica de enfermagem testou positivo para Covid-19, mas estava completamente assintomática.

A taxa de contaminação surpreendentemente baixa, sobretudo em uma unidade com UTI e enfermaria que lidam diretamente com pacientes do Novo Coronavírus, deixou a RT extremamente feliz, com a certeza de que o trabalho desenvolvido pela enfermagem do hospital estava no rumo certo: “Os resultados negativos foram chegando e é uma alegria imensa, uma satisfação, uma sensação de dever cumprido. Foram inúmeras horas, inúmeros dias engajados em desenvolver os planos de contingência para o enfrentamento da Covid-19, desenhar os fluxos de atendimento, treinar a equipe em paramentação e desparamentação”, conta Cíntia.

Cíntia (na frente, ao centro) com membros da equipe de saúde da Santa Casa: a instituição teve um resultado muito positivo com o plano de contingência à Covid-19

A ideia de testar os profissionais surgiu de uma reunião multidisciplinar em conjunto com o Centro de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) e com a Vigilância Epidemiológica, com o intuito de assegurar a qualidade assistencial do paciente e agir de forma zelosa com os profissionais que estão na linha de frente do combate à Covid-19.

A RT explica que um dos segredos para a baixa taxa de contaminação foi o planejamento cuidadoso e detalhado do plano de contingência à pandemia, seguido da aplicação prática daquilo que fora planejado: “Nós elaboramos um protocolo e tivemos que pensar em tudo, desde a infraestrutura para criar outra UTI com 10 leitos e outra enfermaria com 14 leitos, até pensar na estrutura de equipamentos, processos, fluxo assistencial, fluxo de elevadores, EPIs necessários, dimensionamento dos colaboradores, afastamento do grupo de risco”, diz.

Profissionais de saúde da Santa Casa Carolina Malheiros, de São João da Boa Vista

Na Santa Casa em São João da Boa Vista, foram criadas diversas frentes de trabalho lideradas pela enfermagem e que envolveram os outros profissionais de saúde no plano de contingência à pandemia criado pelos enfermeiros. “Trabalhamos com diversas frentes. Uma dessas frentes ficou responsável em agregar membros da equipe multidisciplinar como médicos, fisioterapeutas e até costureiras para que conseguíssemos fazer os EPIs que fossem possíveis, como máscaras, protetores faciais, e aventais impermeáveis. A outra frente de trabalho treinou os profissionais da farmácia, da higiene e da própria enfermagem na paramentação e desparamentação e orientação sobre quais EPIs utilizar em cada setor do hospital. Elaboramos um roteiro de paramentação para cada setor. A terceira frente se responsabilizou por providenciar os equipamentos necessários como ventiladores mecânicos, bombas etc”.

Para Cíntia, o papel da enfermagem em um hospital, ainda mais durante uma pandemia como a que estamos vivendo, é essencial para garantir a segurança assistencial e o bom andamento da instituição como um todo, e ela explica como: “Eu acho que a enfermagem encabeça nas instituições esse plano de contingência e tem que levar junto dela os demais profissionais: os médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, enfim, os demais integrantes da equipe de saúde. Penso que o enfermeiro tem que ser o elo de ligação, tem que ser o profissional que inicia e avalia a necessidade de se criar processos e de rever esses processos”.

No fim das contas, o segredo do sucesso de iniciativas como a da Santa Casa Carolina Malheiros, nas palavras da RT, é a união e a confiança entre todos os profissionais: “Acredito que conseguimos tudo isso com muita disciplina e objetivo claro. Formamos uma avalanche e fomos levando todos conosco, envolvendo todas as classes profissionais e setores assistenciais de apoio e administrativos, além de parcerias com a própria população local. E acima de tudo sob a confiança e parceria que a alta gestão depositou em nós assegurando todos os recursos necessários. Nosso lema: ninguém solta a mão de ninguém… ninguém fica para trás”, conclui Cíntia.