Covid-19: Santa Casa de Sorocaba elabora fluxo de humanização para manter vínculo paciente-família
Especialista em qualidade e com 18 anos de experiência em gestão de serviços de saúde, a gerente de enfermagem da Santa Casa de Sorocaba, Magda Aparecida Arantes de Oliveira, conta que, desde o início da pandemia, a instituição se tornou referência para tratamento de Covid-19.
Magda conta que o hospital, que conta com 30 leitos de enfermaria e 20 para Unidade de Terapia Intensiva (UTI), preza por um atendimento humanizado aos pacientes e pela valorização da atuação das equipes multidisciplinares.
Por isso, quando começaram ocorrer os primeiros casos de óbitos por coronavírus, o hospital teve que se adaptar para lidar com essa nova realidade. “Nas primeiras ocorrências de óbito por Covid-19, deparamo-nos com a frieza, com o distanciamento, com o medo, com a falta de informações e, principalmente, a tristeza das família que sequer poderiam velar os seus entes queridos”, conta.
Após vivenciarem essa situação, as equipes multidisciplinares iniciaram uma fase de estudo dos documentos e legislações específicas sobre os cuidados pós-morte no contexto da Covid-19. “Associamos a nossa preocupação em acolher e orientar as famílias, permitindo uma abordagem humanizada e acolhedora desse processo de adoecer e morrer”, explica a gerente.
A rotina estabelecida pela instituição envolveu então as seguintes estratégias:
1. Abordagem do Serviço Social no início da internação
As rotinas e determinações sanitárias sobre velórios e outras informações a respeito, que envolvem os pacientes com casos suspeitos ou confirmados de Covid-19, são passadas pela equipe do Serviço Social na admissão, ou seja, no momento da internação. Nessa ocasião é oferecido um suporte psicológico e humanizado à família.
2. Visitas virtuais
Como as visitas no setor de pacientes com Covid-19 são suspensas, é ofertado às família visitas por meio de videochamada. Esta medida diminui o estresse e a ansiedade dos pacientes e dos familiares e promove uma melhora significativa aos pacientes, segundo a enfermeira.
3. Boletim médico
É disponibilizado às famílias um número de Whatsapp da instituição, pelo qual podem obter os boletins e as informações médicas sobre os pacientes. O acesso à Ouvidoria pode ser feito a qualquer dia e horário, garantindo assim um fluxo de informações entre a equipe técnica e a família do paciente.
4. Criação do espaço ” Sala de Acolhimento Familiar”
Esse espaço fica localizado próximo à unidade com pacientes internados por Covid-19. Possui acessos internos e externos distintos, permitindo acolher a família e promover um breve e seguro reconhecimento do corpo da vítima que evolui a óbito na unidade.
O reconhecimento é feito por meio de um vidro, com acesso ao corpo apenas por funcionário da enfermagem devidamente paramentado.