Covid-19: Coren-SP repudia agressões contra os profissionais de enfermagem

Nos últimos dias, foram registrados nos canais de diálogo do Coren-SP reclamações de profissionais de enfermagem que foram agredidos nas ruas, ônibus e estações de trem e metrô, por estarem utilizando roupas brancas e seus uniformes de trabalho. Celicia de Vasconcelos Pereira é técnica de enfermagem e, infelizmente, foi uma das vítimas da falta de informação da população. Ao voltar para casa depois do plantão, a profissional foi empurrada para fora do metrô ao ser impedida de embarcar por estar uniformizada.  

Matéria veiculada na imprensa

“As pessoas deveriam tomar consciência que estamos indo trabalhar de roupa branca para ajudar e não para atrapalhar. Nós estamos disseminando doenças e, sim, combatendo. Estamos tomando todo o cuidado com higienização. Vamos trabalhar de uniforme e, quando chegamos, colocamos o jaleco.  A nossa preocupação com a limpeza é tão grande que estamos tomando banho após o término dos plantões”, conta Celicia.

A técnica de enfermagem ainda faz um apelo à população para a conscientização do papel da enfermagem.  “Tenham consciência que estamos aqui para protegê-los. Não precisamos de aplausos, o mínimo que nós queremos é respeito. Respeitem o nosso trabalho. Estamos nos arriscando por vocês. Nos respeitem!”.

 O Coren-SP repudia aos casos de violência física e verbal  cometida contra profissionais de enfermagem no transporte público ou em qualquer outro espaço.  “Os profissionais de enfermagem estão na linha de frente ao combate à pandemia do novo coronavírus. É um absurdo e completamente inadmissível deturpar o significado do uso de roupas brancas ou uniformes que, muitas vezes, é protocolo estabelecido pela maioria das instituições. Não podemos admitir esse tipo de ataque à categoria”, afirma a presidente Renata Pietro.

Segundo o enfermeiro e infectologista do Hospital Emílio Ribas, muitas instituições padronizam, dentro dos seus uniformes, a cor branca. E, por isso, a população tem que ter consciência de que, se o profissional recebeu aquele uniforme da empresa, assim como qualquer outra profissão, ele tem a obrigação de usar. “Geralmente, dentro dos hospitais, onde existe pacientes mais graves, o profissional nem sempre irá atendê-lo com a mesma roupa que ele circula na rua. As pessoas precisam entender que aquele uniforme é institucional. Mas, para fazer o atendimento, ele pode utilizar outra, como, também, fazer o uso de jalecos”, explica.

Campanha do Coren-SP em prol da segurança dos profissionais

O Coren-SP está promovendo uma campanha nas redes sociais e em seus meios oficiais de comunicação. Também está mobilizando a imprensa para abordar esse tema e conscientizar a população. Foi solicitada parceria com o Metrô, para veiculação de materiais informativos nas estações e, ainda, uma reunião com a Secretaria Estadual de Segurança Pública. A presidente Renata Pietro estrou em contato com instituições de saúde solicitando que disponibilizem locais para troca de roupa, como mais uma medida de proteção aos profissionais. 

Se você sofreu algum tipo de agressão, vá até uma delegacia e registre o boletim de ocorrência (BO). 

Confira as matérias sobre o assunto: 

BBC 

UOL

Portal R7