Coren-SP promove desagravo público online em defesa da enfermagem

Em mais um ato em defesa da dignidade e respeito aos profissionais de enfermagem que atuam no estado de São Paulo, o Coren-SP realizou na manhã desta quarta-feira (9/12) uma Sessão Solene de Desagravo Público, na sede da autarquia, na capital. A atividade foi conduzida pela fiscal Rendrica Furegatti, de forma majoritariamente online, devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19.

Fundamentado pelo 8º Artigo do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem e regulamentado pela Resolução Cofen nº 564/2017, o Desagravo Público é um instrumento legal por meio do qual o Coren-SP defende publicamente enfermeiros, obstetrizes, técnicos e auxiliares de enfermagem que tenham sido desacatados, ofendidos e/ou agredidos durante o desempenho de suas funções profissionais.

A presidente do Coren-SP, Renata Pietro, fez a abertura da Sessão Solene

A abertura da Sessão foi feita pela presidente do Coren-SP, Renata Pietro, que destacou que a defesa da honra dos profissionais de enfermagem é uma das funções do conselho. “O desagravo é um instrumento importantíssimo para deixarmos claro que não admitimos ofensas e desrespeitos à nossa categoria”, disse.

Vagner Urias expressou gratidão aos profissionais que optaram por proceder com o Desagravo Público

Por sua vez, o gerente executivo da fiscalização, Vagner Urias, representando a Gerência de Fiscalização da autarquia (Gefis), enalteceu o Desagravo Público como ferramenta de transformação da realidade da enfermagem. “Abraçar a enfermagem como estamos fazendo neste momento é valorizar e reconhecer o serviço prestado por esses profissionais à população. Nossa mais profunda gratidão a todos os profissionais que buscaram esse recurso de desagravo junto ao Coren-SP”, afirmou.

Os conselheiros Virgínia Tavares e James Francisco dos Santos procederam com a leitura das 11 notas de desagravo.

Os conselheiros Virgínia Tavares (esquerda) e James Santos leram as notas de desagravo, e a fiscal Rendrica Furegatti conduziu a Sessão de Desagravo

O Desagravo Público 02/2019 foi em defesa da enfermeira Angela Maria Maia Barroso, que foi agredida fisicamente por uma usuária do serviço de saúde no qual trabalha, em Guarulhos. A agressora estaria descontente com a classificação de risco e com a demora no atendimento.

Por meio de videoconferência, Angela contou um pouco de sua vivência: “Quando sofri esse ato, fiquei muito abalada psicologicamente. Meu comportamento mudou, perdi toda a tolerância e me tornei uma pessoa brava. Comecei a ficar com medo das minhas próprias reações no meu ambiente de trabalho”, disse.

O Desagravo nº 004/2019 foi em favor da enfermeira Geralda Aparecida Oliveira. Geralda foi vítima de difamação e agressões verbais por parte de uma funcionária da unidade de ensino na qual trabalha, em Santo André.

Já a Nota de Desagravo 005/2019, foi lida em defesa da enfermeira Luciana Aparecida Nogueira Ramos dos Santos, que sofreu agressão verbal e psicológica por parte de um sargento da Polícia Militar durante o desempenho de suas atividades profissionais na zona sul da capital.

Por meio de videoconferência, a enfermeira Luciana deu seu depoimento: “Devido ao ocorrido, estou fazendo tratamento para síndrome do pânico e tomando medicação. Também tive que me afastar do trabalho e me mudar de cidade por conta disso”, disse.

Alguns profissionais desagravados puderam dar seus depoimentos por videoconferência

O Desagravo nº 007/2019 foi em defesa da enfermeira Elizabete Marcolino dos Santos, que sofreu quebra de sigilo profissional de notificação de violência contra criança desferida por um conselheiro tutelar em Diadema. “Considero uma vitória esse desagravo. Só tenho a agradecer”, disse Elizabete por videoconferência.

A Nota de Desagravo nº 008/2019 foi lida em favor da obstetriz Laís Guimarães do Couto Rocha. Laís sofreu abuso verbal deflagrado por uma médica durante seu exercício profissional, em uma maternidade na capital.

O Desagravo nº 17/2018 foi em defesa da dignidade da auxiliar de enfermagem Adriana Penha Gonçalves. Adriana foi desrespeitada, caluniada e ofendida por um acompanhante de paciente na UBS na qual trabalha, na capital.

A Nota nº 19/2018, lida pelos conselheiros, tratou de defender a dignidade da enfermeira Thais Machado Pires. Thais sofreu agressão verbal e falsa acusação de omissão de socorro por parte da mãe de uma aluna do colégio no qual trabalha, na capital.

O Desagravo Público nº 21/2017, foi em favor das enfermeiras Ivete Fukui e Luciene Fassa. Elas sofreram perseguição, ofensas e ameaças por parte dos parentes de um paciente da clínica de Home Care na qual trabalham, na capital.

Remotamente, Ivete agradeceu ao conselho pela iniciativa: “Sempre fomos vistos como secretários de médicos e não como uma profissão que também mereça confiança. Agradeço muito ao Coren-SP pelo desagravo”, disse.

O Desagravo nº 22/2017 foi em defesa da enfermeira Juciene Andrade dos Santos, que sofreu exposição exacerbada nas redes sociais por parte de uma conselheira de saúde, em São Bernardo do Campo.

A nota nº 30/2018 foi em favor da enfermeira Rachel Helena Swanling da Silva, agredida física e verbalmente pela acompanhante de uma paciente no hospital onde trabalha na capital.

O último Desagravo Público do dia, nº 31/2018, contemplou a enfermeira Juliana Silva D’Albuquerque, que sofreu violência verbal e física por parte do acompanhante de um paciente no hospital onde atua, na capital.

Confira abaixo a íntegra das Notas de Desagravo lidas durante a Sessão Solene:

Nota de desagravo 008-2019 PA 1440-2019
Nota de desagravo 007-2019 PA 1301-2019
Nota de desagravo 005-2019 PA 1028-2019
Nota de desagravo 004-2019 PA 1027-2019
Nota de desagravo 002-2019 PA 555-2019
Nota de desagravo 017-2018 PA 1281-2018
Nota de desagravo 019-2018 PA 1427-2018
Nota de desagravo 021-2017 PA 2525-2017
Nota de desagravo 022-2018 PA 1556-2018
Nota de desagravo 030-2018 PA 3193-2018
Nota de desagravo 031-2018 PA 3271-2018