Coren-SP e Unifesp realizam evento conjunto de Setembro Amarelo

O Coren-SP e a Escola Paulista de Enfermagem da Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp), promoveram um evento para discutir depressão e suicídio, na esteira da campanha do Setembro Amarelo – mês mundial de prevenção ao suicídio.

Realizado no auditório da reitoria da universidade, na capital, o evento contou com cinco palestras e uma mesa de abertura com a presença da conselheira Maria Cristina Massarollo; do vice-reitor da Unifesp, Nelson Sass; da diretora da Escola Paulista de Enfermagem, Janine Schirmer e da professora do Departamento de Enfermagem Pediátrica, Lucía Silva.

Maria Cristina Massarollo falou sobre a sondagem realizada pelo Coren-SP sobre a saúde mental do trabalhador de enfermagem

O vice-reitor colocou sua preocupação com o número crescente de casos de depressão e suicídio entre as crianças e os jovens. “As crianças e os jovens são antenas poderosas, frutos de uma modelagem ou da falta de uma modelagem. Hoje em dia há uma pressão muito grande para que todos sejam felizes a todo custo e isso traz uma pressão muito grande para essas crianças e jovens”, pontuou.

A conselheira Maria Cristina Massarollo, que representava a presidente do Coren-SP, Renata Pietro, citou a sondagem feita pelo Conselho, que mostrou que 50% dos profissionais de enfermagem respondentes disseram sofrer ou ter sofrido adoecimento mental. “Às vezes, a situação se torna tensa no ambiente de trabalho, o que só fortalece essa questão do adoecimento”, disse. Ela frisou que a importância do tema é tamanha que a discussão sobre ele não pode ficar restrita: “é uma discussão que devemos  ter sempre e não somente no mês de setembro”, afirmou.

A primeira palestra, intitulada “A Depressão e o Suicídio entre os Profissionais de Saúde e na Sociedade: Como Tratar?”, foi feita pela professora Maria Cristina Mazzaia, especialista em enfermagem em saúde mental.

Maria Cristina Mazzaia focou sua palestra na depressão, na ansiedade e no alcoolismo

Em sua palestra ela falou sobre depressão, ansiedade e alcoolismo. Sobre a ansiedade, ela mostrou que se trata de uma reação humana natural, que auxilia na sobrevivência. O problema é quando a ansiedade passa do ponto saudável e se exacerba. “Até um ponto, a ansiedade melhora nossa capacidade de nos adaptar. Depois de determinado ponto ela passa a atrapalhar essa adaptação”, mostrou.

Ela também falou sobre a importância da humanização e apoio mútuo no ambiente de trabalho. “Coisas como o suicídio não acontecem de repente. Que ambiente de trabalho é esse em que não consigo perceber as pessoas que estão à minha volta?”, questionou.

Em seguida, a professora Lucía Silva palestrou sobre o tema “Comportamento Suicida entre crianças adolescentes e jovens: um novo desafio profissional”.

Lucía Silva trouxe a alarmante situação da depressão e do suicídio entre crianças e adolescentes

Ela traçou um panorama desse problema e citou a importância do SUS dentro da saúde mental. “É importante fortalecer a Atenção Primária para dar conta de atender as crianças e adolescentes com dificuldades”, disse, citando que contar apenas com as unidades específicas da saúde mental é insuficiente.

Elaine Macedo, voluntária do CVV – Centro de Valorização da Vida, falou sobre o trabalho da ONG, que atende pessoas com ideação suicida, pelo telefone 188. Ela destacou que quase a totalidade dos casos atendidos pela CVV envolvem problemas no relacionamento humano. “Quando vemos a valorização da vida pela ótica do CVV, estamos falando de relacionamentos humanos. Esses relacionamentos apresentam algum problema, ou da pessoa com os outros ou no plano interpessoal”, disse.

Elaine Macedo representou o voluntariado do CVV…

…e conduziu uma dinâmica de grupo mostrando a importância das relações humanas conduzidas de forma correta

A psiquiatra Sheila Cavalcante Caetano falou sobre o tema “A prevenção ao suicídio”. Entre outras coisas, ela afirmou a importância de minimizar as chances de suicídio da população por meio da correta regulamentação dos meios de execução. “Não ter os meios disponíveis para o suicídio faz toda a diferença. Há estudos que comprovam isso. Na Malásia, por exemplo, quando os pesticidas foram regulamentados, o número de suicídios diminuiu drasticamente”.

A médica psiquiatra Sheila Cavalcante tratou sobre a prevenção ao suicídio

A conselheira Érica França, especialista em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) fechou o evento com uma oficina de meditação, na qual ensinou os participantes algumas técnicas que podem ser aplicadas no dia a dia por profissionais de enfermagem.

A conselheira Érica França é especialista em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS)

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Publicado por Coren-SP em Domingo, 29 de setembro de 2019

 

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Publicado por Coren-SP em Domingo, 29 de setembro de 2019