Coren-SP e Abrefoh realizam a Jornada da Enfermagem em celebração ao Outubro Rosa

Na última segunda-feira (21/10), o Coren-SP, em parceria com a Associação Brasileira de Enfermeiros em Oncologia e Onco-Hematologia (Abrenfoh), realizou a jornada “Outubro Rosa: prevenção e controle” para celebrar o mês de conscientização da importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo de útero. O evento, que aconteceu na sede da autarquia, contou com palestras de profissionais da saúde com intuito de ampliar as discussões a respeito dos diversos agentes que estão relacionados à doença.

A presidente do Coren-SP, Renata Pietro, realizou a abertura do encontro ao lado da presidente da Abrefoh, Verônica Moura, e destacou o privilégio de contar com a parceria de uma associação especialista na área de oncologia em pleno Outubro Rosa. “O trabalho da Abrefoh vem desempenhado ações que estão modificando o cenário do cuidado. A nossa gestão tem visitado diversas instituições ao redor do estado e, durante essas visitas, tenho notado a incidência de casos em que os pacientes são diagnosticados com câncer. O trabalho desses profissionais comprometidos com os assuntos oncológicos é de extrema importância para ofertamos o cuidado e o tratamento adequado a essas pessoas”, diz.

Renata Pietro e Verônica Moura

Além de agradecer e parabenizar a presença de todos, Verônica Moura também ressaltou que a parceria entre os órgãos é benéfica para a propagação de conteúdos e informações acerca do câncer de mama e de colo de útero. “Nós, como enfermeiros oncologistas, temos o dever de atuar ativamente nessa campanha. Aliás, não só nessa, mas em todas que abordam questões referentes ao câncer. É o nosso dever informar e conscientizar a população sobre o diagnóstico e as alternativas de tratamento”, conta Verônica.

A primeira palestra “Aspectos epidemiológicos e fisiopatológicos do câncer de mama” foi ministrada pela enfermeira oncologista Ellen Albuquerque de Freitas.  De acordo com a enfermeira, em 2018, 2,1 milhões de pessoas no mundo foram diagnosticadas com câncer de mama e 627 morreram vítimas da doença.

A enfermeira oncologista Ellen Albuquerque de Freitas 

Ellen também mostrou dados levantados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), os quais revelam que no ano passado, no estado de São Paulo, 16.340 pessoas obtiveram o diagnóstico.  Já na capital paulista, 5.900 sofrem da doença. A população masculina não foi excluída da pesquisa: 203 homens também foram diagnosticados com câncer de mama.

“Quanto mais cedo detectamos as doenças, maiores são as chances de cura. Em 90% dos casos, a doença é percebida na sua fase inicial, apresentando um nódulo fixo e indolor. Por isso consideramos essencial a realização do autoexame. É rápido, fácil e prático. Na verdade, ele é o primeiro passo para a descoberta de qualquer irregularidade com o nosso corpo”, explica Ellen.

A segunda palestra foi ministrada pelo médico oncologista Guilherme Avanço, que abordou a importância do rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de mama.“Uma em cada quatro mulheres no mundo tem câncer de mama. O rastreamento é uma opção que garante a prevenção e a qualidade de vida. Em 90% dos casos, a mamografia, por exemplo, é responsável por reduzir a mortalidade entre 15% e 20%”, conta Guilherme.

O médico oncologista Guilherme Avanço

Vermelhidão ao redor do seio, nódulo endurecido, saída de secreção, inchaço ou perda de peso, são sintomas que devem ser checados imediatamente. “Embora o câncer de mama seja comum após os 55 anos, 10 % dos casos ocorrem antes dos 50 anos. E 85% das mulheres que foram diagnosticadas não possuem histórico da doença na família. O exame de toque, a mamografia, a ultrassonografia e a ressonância também são mecanismos efetivos para auxiliar no diagnóstico”, avalia Guilherme.

Durante o evento, Ellen e Guilherme esclareceram dúvidas e interagiram com o público

Após as palestras, foi realizada a mesa redonda “Eu tive câncer, e agora?”. A enfermeira Cibele Diório esteve presente para a moderação da mesa, que contou com a  participação da empreendedora Clarisse Galli e da enfermeira Bethania Melo Santos – ambas receberam o diagnóstico de câncer.

“Aos 30 anos descobri que tinha câncer. Foi difícil e tive medo do desconhecido, mas posso dizer que essa doença foi uma verdadeira escola para mim. Antes eu vivia no piloto automático e não dava valor as pequenas coisas. Foi uma fase escura e muito dolorida, mas graças a toda ajuda e assistência médica e a minha fé, hoje estou melhor. Sigo fazendo acompanhamento. Uma coisa eu posso afirmar a vocês: o que salvou a minha vida foi a minha rapidez em procurar ajuda”, conta Clarisse.

A empreendedora Clarisse Galli

Já Bethania tratava há 10 anos de um nódulo na mama esquerda. Ano passado, 15 dias antes da sua viagem de férias, descobriu que estava com câncer na mama direita. “Conversei com o médico e ele disse que eu poderia viajar, entretanto, assim que eu voltasse iria me internar para fazer a cirurgia. Fui viajar e quando voltei, fui operada. Fiz quimioterapia e agora continuo fazendo o acompanhamento. É uma situação que ninguém deseja passar. Se você sentirem que algo não está normal, procurem ajuda. Façam os exames, escolham a vida de vocês”, diz.

A enfermeira Bethania Melo Santos

Ao final do evento, o conselheiro do Coren-SP James dos Santos proferiu palavras de agradecimento, ressaltando a importância da atuação da enfermagem nesses casos. “O conhecimento é uma arma que todos devem ter ao seu favor, quanto mais informados e capacitados estivermos, maiores serão as nossas chances de oferecer uma assistência com segurança, qualidade e acolhimento”, finalizou.

O conselheiro do Coren-SP, James dos Santos, destacou o papel da enfermagem

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