Combate à violência: Coren-SP sedia ciclo de palestras com Secretário de Segurança Pública e Promotor  de Justiça do Estado de São Paulo

A subnotificação dos casos de violência contra os profissionais de enfermagem foi um dos principais temas abordados no ciclo de palestras promovido no âmbito da campanha “Violência não Resolve”, nesta terça-feira (6/11), na sede do Coren-SP. Participaram do evento a presidente do Conselho, Renata Pietro, o Secretário de Estado de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, o Promotor de Justiça, Rogério Sanches Cunha, e o procurador geral do Coren-SP,  Dr. Alexandre Moraes Costa de Cerqueira.

A presidente do Coren-SP, Renata Pietro, na abertura do evento, com o Promotor de Justiça Rogério Sanches Cunha e o procurador geral do Coren-SP,  Dr. Alexandre Moraes Costa de Cerqueira.

Foi unânime entre os palestrantes que a violência que afeta a enfermagem no exercício profissional é uma epidemia. A apresentação da presidente Renata Pietro, com os dados da sondagem realizada pelo Coren-SP em 2018, reafirmaram essa realidade.  “Nosso levantamento mostrou que cerca de 80% dos profissionais já sofreram algum tipo de violência no ambiente de trabalho. Além disso, em 59% dos casos o profissional não recebeu nenhum tipo de apoio da instituição onde trabalhava”, revelou Renata, destacando ainda que essa falta de amparo causa a revitimização, podendo acarretar em consequencias mais graves ao profissional, como depressão, burnout, entre outras doenças físicas e psicológicas.

Ela detalhou que os tipos de violência que costumam ser praticadas contra os profissionais de saúde são a verbal, a física, a psicológica e a sexual, e expôs um dado que se torna um impedimento ao combate a esses casos: a subnotificação. “Em 77% dos casos essas pessoas agredidas não buscaram ajuda, seja por medo da retaliação, da impunidade ou de perder o emprego”, disse Renata.

O Promotor de Justiça Rogério Sanches Cunha

Rogério Sanches Cunha, Promotor de Justiça do Estado de São Paulo que atua no Centro de Apoio de Operações Criminais do Ministério Público, abordou o tema “Consequências Jurídicas das Agressões Físicas e Verbais aos Profissionais de Enfermagem”. Ele orientou os profissionais presentes sobre as atitudes a serem tomadas em caso de violência, com destaque para a necessidade de notificar os crimes: “a não-notificação gera no agressor a sensação de um manto de impunidade. Sem a notificação o estado não tem como agir para coibir essas agressões”.

Rogério ainda deu uma orientação importante para as vítimas que sofrem com os reflexos  das agressões em sua própria saúde.  “Consequências como estresse, síndrome do pânico e depressão podem ser consideradas lesão corporal mediante laudo médico que seja vinculado ao episódio de violência”, esclareceu.

O Secretário de Estado de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves

O Secretário de Estado de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves, também abordou a questão da subnotificação. Segundo ele, a não comunicação à polícia é um empecilho para a uma atuação mais incisiva do estado no combate ao problema. “É importante notificar todos os casos, para que consigamos mapear as agressões de modo a combatê-la de forma mais efetiva”, concluiu.

Palestrantes e Conselheiros no encerramento do evento

 

 

 

 

 

 

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