Cofen reconhece História da Enfermagem como especialização

Temática será incluída na Resolução 581/2018, que define a lista de especialidades do profissional enfermeiro

O plenário do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) aprovou, nesta quarta-feira (13/12), parecer que inclui a área de conhecimento História da Enfermagem na Resolução 581/2018, que define a lista de especialidades do profissional enfermeiro. O reconhecimento da titulação busca assegurar a autonomia de docentes no ensino da disciplina e contribuir para o empoderamento da categoria.

O ensino da História da Enfermagem na formação profissional tem se fortalecido no Brasil, principalmente pela quantidade e qualidade da produção científica na área, permitindo o resgate de informações importantes que colaboram para a construção da consciência crítica dos profissionais da Enfermagem.

A especialidade está presente nos currículos de graduação e de formação técnica da profissão. Possui linha de pesquisa reconhecida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes/MEC) e é fomentada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq). A temática ainda é tratada em diversos programas de pós-graduação e conta com laboratórios de pesquisa registrados, certificados e em funcionamento nas cinco regiões do país.

Para o conselheiro relator do parecer, Antônio Marcos Freire, a inclusão da História da Enfermagem no rol de especialidades fortalece a identidade da profissão. “Com este reconhecimento, buscamos ampliar o olhar sobre nossa categoria, pois o conhecimento viabilizado por esse campo é a base para construção de uma visão coletiva capaz de refletir quem somos, os valores e as práticas da profissão, posto que seu olhar não está apenas no passado histórico, mas também voltado para fomentar a construção do futuro da Enfermagem”, afirma.

“As contribuições da Enfermagem para o desenvolvimento da qualidade da assistência a saúde, assim como para a melhoria dos indicadores de cobertura assistencial da população tem sido subvalorizada e é necessário, em caráter de urgência, desenvolver estratégias para o registro e divulgação dessas contribuições para que se possa quebrar a imagem estigmatizada de profissão de segunda linha e desprovida de protagonismo na área da assistência à saúde. Assim, será possível fomentar, por meio de uma uma sólida e rica base história, a ocupação de espaços estratégicos de liderança e tomada de decisões”, conclui Antônio Marcos.

“A área da saúde é influenciada pelo constante movimento da história e aqueles que exercem a Enfermagem necessitam conhecer e perceber o contexto histórico que estão envolvidos com a sua profissão em um determinado momento. Possuir a consciência dos processos e movimentos históricos é conceder aos diversos atores, profissionais e estudantes, capacidade de produzir o autoconhecimento dos grupos que integram a categoria”, pontua Betânia Santos, presidente do Cofen.

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