Campeã brasileira no atletismo, enfermeira conta como venceu obstáculos na conquista do diploma

A enfermeira Patrícia Lucia de Oliveira teve o seu primeiro contato com esporte aos 12 anos. Tudo começou  durante uma competição escolar, na qual as crianças tinham que competir em pelo menos três provas de atletismo, o que garantiu a Patrícia ser campeã feminina na categoria por idade. “Depois dessa competição fui convidada por um treinador a iniciar minha carreira no esporte, o que também contribuiu para eu ser a enfermeira que sou hoje. Passei por muitos desafios e dificuldades para ser uma campeã da vida”, diz a enfermeira.

Enfermeira Patricia Lucia de Oliveira

Especialista em dermatologia com ênfase em tratamento de feridas e estomias, Patrícia conta que, ao todo, foram 24 anos praticando esporte a nível profissional na área de atletismo, na modalidade heptatlo. Dos 12 aos 16 anos a enfermeira conquistou diversos títulos, dentre eles o de campeã brasileira. Dos 17 anos em diante, a profissional começou a sofrer algumas lesões e não tinha mais recursos financeiros. Aos 18 anos, apesar dos títulos, ela ainda não tinha dinheiro suficiente e morava em um terreno ocupado.

A enfermeira em atendimento domiciliar com ênfase em tratamento de feridas e estomias

“Quando houve a reintegração de posse eu tive que sair da casa e, graças ao atletismo, fui presenteada com um terreno pelo prefeito da cidade. Porém, para que minha vida desse uma alavancada, a única chance era o estudo. Meu sonho sempre foi estudar técnico de enfermagem, mas não tinha dinheiro para pagar”, explica.

Patricia durante as competições

Entretanto, quando surgiu a oportunidade de cursar uma faculdade, não havia muitos cursos acessíveis na área da saúde. Por isso, Patrícia optou por fazer publicidade. No terceiro ano da graduação, a faculdade começou a oferecer cursos na área da saúde. “Não pensei duas vezes. Terminei publicidade e logo engatei no curso de enfermagem. Eu me achei no curso, pois o sentimento de cuidar sempre esteve comigo. Saía de casa às 5h para estar às 7h na faculdade que era próxima à rodoviária do Tietê. Estudava até o meio-dia, almoçava e ia para Guarulhos treinar. O treino acabava por volta das 18h30, eu chegava em casa por volta das 21h. Só trocava as coisas da mala para no dia seguinte começar novamente”.

Segundo a enfermeira, ela sempre teve uma relação com o esporte junto da enfermagem. “Costumo dizer que as dificuldades podem preparar as pessoas comuns para destinos extraordinários. Já cuidei de atletas como enfermeira, então de qualquer maneira eu sigo prestigiando o esporte nas pistas”, avalia.

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