Brasil será primeiro na América Latina a ter proposta para prevenção de suicídios

A preocupação com o problema leva em conta dados de um estudo inédito feito pelo Ministério da Saúde que aponta que, no ano de 2004, alguns estados e capitais brasileiros já apresentavam taxas de suicídio comparáveis aos países com índices preocupantes. No Brasil, a taxa de mortalidade por suicídio era de 4,5 mortes por 100 mil habitantes. O Rio Grande do Sul tinha, em 2004, a maior taxa de mortalidade masculina por suicídios do Brasil: 16,6 casos por 100 mil homens. Já entre as capitais, a maior incidência foi em Macapá (AP), com 13,6 suicídios por 100 mil homens. Conforme divulgado, em 1996, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), internacionalmente, as taxas de suicídio variam de 25 mortes por 100 mil habitantes, nos países do Leste Europeu e Japão, até menos de dez mortes por 100 mil habitantes, na Espanha, Itália, Irlanda, Egito e Holanda. Para o coordenador do grupo de trabalho, o psiquiatra Carlos Felipe Almeida dOliveira, a alta incidência de suicídios é um problema que pode ser evitado. Na maioria dos casos existe psicopatologia diagnosticada e tratável, adverte. Algumas das diretrizes da proposta para combater o problema são o desenvolvimento de estratégias de promoção da qualidade de vida, educação, proteção e recuperação da saúde e prevenção de danos; desenvolvimento de estratégias de informação, comunicação e sensibilização da sociedade de que o suicídio é um problema que pode ser prevenido e organização de linhas de cuidados integrais (promoção, prevenção, tratamento e recuperação) em todos os níveis de atenção, garantindo o acesso às diferentes modalidades terapêuticas.