Auxiliar de enfermagem implanta projeto de prevenção à gravidez na adolescência na zona leste de São Paulo

A primeira semana de fevereiro foi escolhida para ser a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência. O governo federal sancionou a lei 13.798/2019, que estabelece o dia 1° de fevereiro como início da campanha, com o intuito de sensibilizar e evitar, por meio de reuniões, palestras, exibição de filmes e cartazes, a gravidez indesejada na adolescência.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstram que a gravidez na adolescência é a terceira causa da mortalidade infantil, ficando atrás apenas de homicídios e acidentes no trânsito.

A educação sexual para crianças e adolescentes ainda é considerada por muitos um verdadeiro tabu, e como uma forma de conscientizar a sociedade, o auxiliar de enfermagem Denis Rios criou um projeto de acolhimento e conscientização na UBS Cidade Líder, gerenciada pelo hospital APS Santa Marcelina, na zona leste da capital.

Auxiliar de enfermagem Denis Rios

Denis desenvolve esse trabalho na área da Estratégia Saúde da Família (ESF). Ele conta que os números de testes de gravidez, principalmente de adolescentes, eram muito altos em relação ao número de pré-natais abertos. “Em julho de 2018, o número de testes era 234, sendo que 46 positivos. Pensando nesses números, eu e minha equipe fortalecemos ainda mais essa campanha de conscientização, principalmente, após a ação do governo”, diz Denis.

O auxiliar de enfermagem realiza o projeto em três etapas: a primeira é voltada para o planejamento familiar, no qual é feito uma triagem para ver quem tem o desejo de engravidar e apresenta algumas dificuldades. É nessa etapa também que são apresentados o impacto, os desafios, a exposição ao preconceito e a expectativa de vida da gravidez na adolescência.

Na segunda etapa é realizada uma dinâmica com as participantes: elas vão ao supermercado para fazer uma cotação de gastos que um recém-nascido pode trazer em relação a fraldas, leite, alimentação e produtos de higiene.

Na terceira e última etapa, as adolescentes que querem evitar a gravidez passam em consulta médica para fazer uso de anticoncepcionais.

Denis ainda explica que a vulnerabilidade social implica absurdamente no aumento de gravidez precoce na adolescência. “Aqui na região da UBS, muitas famílias vivem em situações de vulnerabilidade social, com extrema carência de recursos financeiros e sociais. A nossa missão é alertar e reforçar a ideia sobre as consequências que uma gravidez precoce pode acarretar na vida das adolescentes. A realidade, muitas vezes, é cercada por um futuro incerto”, finaliza ele.

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