Atividades do 2º dia do CBCENF enfocaram a ética e o cuidar sob diferentes aspectos

“Como nunca antes na História da humanidade, o destino nos conclama a buscar um novo começo”. Foi assim, alertando o público presente ã abertura das atividades científicas do 13o CBCENF, que Leonardo Boff, teólogo, escritor e professor, conduziu sua conferência de abertura, que tratou do tema “A Ética e o Cuidado”.

Leonardo Boff deu grande destaque a questões como a sustentabilidade, a não-violência, a cultura de paz, o respeito ao diferente como elementos intrínsecos à ética no cuidar. “A base formal de todo o cuidar é a ética”, defendeu.

Postura ética profissional em situações especiais do cuidar

Outra mesa que atraiu a atenção dos participantes do congresso foi abriu o debate para o dilema ético de diferentes cenários – nesse caso, abordagem dos transexuais, dos meninos de rua e de pacientes em recuperação pós-anestésica.

Falando a respeito dos pacientes transexuais, Anibal Guimarães alertou o público para o fato de que os indicadores mostram uma situação precária na assistência à saúde de pacientes não-heterossexuais, e detalhou as necessidades dos pacientes transexuais. Ciente de que ainda existe muita dúvida dentre os profissionais de saúde a respeito da diferença entre as travestis e transexuais, explicou que, ao contrário das travestir, transexuais sentem a necessidade de realizar a cirurgia de transexualização.

Em seguida, o palestrante Marcelo Medeiros abordou outro cenário do cuidar em contexto especial: a assistência a crianças de rua e as questões éticas envolvidas.”É imprescindível que os profissionais de saúde conheçam as peculiaridades da vida das crianças de rua, justamente para bem planejar as ações de promoção à saúde desta população”. Medeiros acredita que o profissional precisa se despir do preconceito, ao se aproximar da criança de rua. “Muitas vezes elas deixam o lar, fugindo da violência doméstica e, uma vez na rua, acabam expostas às drogas e aos pequenos delitos. Mas não são menos merecedoras de assistência. Elas continuam sendo crianças”.

Na mesma sessão, o o enfermeiro William Malagutti falou sobre a vulnerabilidade dos pacientes no momento pós-anestésico. Ele lembrou que Florence Nightingale já tratava das especificidades do paciente em recuperação anestésica, em seu livro Notes on Nursing. “A R.A. exige do profissional não apenas a atenção aos sinais vitais, mas também à comunicação não-verbal do paciente que volta da indução anestésica”.