Anvisa aprova uso de botox para tratar incontinência urinária

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, há pouco mais de um mês, o uso de toxina botulínica (botox) para tratar pessoas que sofrem com incontinência urinária – problema que atinge cerca de 3 milhões de brasileiros. A utilização da substância é eficiente apenas em pacientes que sofrem de incontinência urinária de urgência (aqueles que perdem urina antes mesmo de chegar ao banheiro) e não serve para homens que operaram a próstata e nem para pessoas que sofrem de incontinência urinária por esforço (que perdem urina ao tossir ou carregar peso, por exemplo). A aplicação do botox na urologia é realizada no exterior há pelo menos sete anos, mas, no Brasil, era usada apenas em pesquisas ou off label pelos médicos, já que ainda não tinha reconhecimento oficial. A partir de agora, é possível pedir cobertura do tratamento pelos planos de saúde. Segundo Fernando Almeida, urologista responsável pelo Setor de Disfunções Miccionais e Urologia Feminina da Universidade Federal de São Paulo, apesar de atingir pessoas em qualquer faixa etária, a idade é um fator de risco para a incontinência, que costuma atingir duas mulheres para cada homem. Em muitos casos, o paciente precisa usar regularmente fraldas descartáveis. É uma situação muito desagradável e constrangedora. A pessoa que sofre de incontinência urinária evita sair de casa, evita relacionar-se com outras pessoas. Ela sofre de um câncer social, avalia o urologista Flávio Trigo Rocha, coordenador do Departamento de Uroneurologia da Sociedade Brasileira de Urologia.