67º CBEn comemora os 90 anos da Associação Brasileira de Enfermagem

Homenagens, reflexões, reencontros e uma retrospectiva histórica marcaram a abertura do 67º CBEn – Congresso Brasileiro de Enfermagem, que teve início nesta terça-feira (27), no Centro de Convenções Anhembi, na capital. Organizado pela ABEn -Associação Brasileira de Enfermagem, em parceria com o Coren-SP, o encontro prossegue até sexta-feira, reunindo cerca de 3 mil profissionais, estudantes, acadêmicos e gestores em volta da discussão do tema: “Para onde caminha a Enfermagem brasileira?”

Conselheiros e fiscais do Coren-SP, no estande montado no 67º CBEn

Na solenidade de abertura, todos os presidentes regionais da ABEn foram reunidos numa Tribuna de Honra, e tanto o público como os integrantes da mesa solene reafirmaram o juramento da Enfermagem, antes do início dos discursos. A presidente da ABEn-SP, Ariadne da Silva Fonseca, lembrou que o Congresso retorna a São Paulo após 18 anos com o objetivo de abrir espaços para reflexões sobre o cuidar em Enfermagem. “Somente com união, conhecimento, ética e competência poderemos propor formas de melhor cuidar”, destacou Ariadne, agradecendo a parceria do Coren-SP.

A presidente do Coren-SP, Fabíola de Campos Braga Mattozinho (esq.), durante o juramento realizado na solenidade de abertura do 67º CBEn

A presidente do Coren-SP, Fabíola de Campos Braga Mattozinho, lembrou que o subsídio, por parte da autarquia, de 800 inscrições no Congresso teve como único objetivo beneficiar os profissionais, promovendo acesso a esse grande encontro da Enfermagem brasileira. Parafraseando a poetisa Cora Coralina, que dizia que “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada”, Fabíola lembrou, ainda, a importância da união da categoria. “Somos protagonistas do cuidar. Somos 460 mil profissionais só no estado de São Paulo. Será que conseguiremos mudar a nossa história se não nos unirmos?”, questionou.

A presidente do Coren-SP destacou o protagonismo da categoria durante discurso

A professora Silvia Helena De Bortoli Cassiani , Assessora Regional de Enfermagem da OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde/OMS, reconheceu os esforços da ABEn nestes 90 anos de existência. “Constatamos grande esforço dos enfermeiros brasileiros pela integração de saúde, educação e trabalho”, ressaltou, agradecendo o convite da organização do Congresso.
A defesa do SUS foi defendida pela assessora técnica da Prefeitura de São Paulo, enfermeira Miriam Rodrigues de Medeiros. “Só na cidade de São Paulo são 12 milhões de pessoas que dependem do SUS.

A presidente da ABEN-SP, Ariadne Fonseca (dir.), durante o desfile de trajes históricos da Enfermagem

A enfermagem é o maior corpo de trabalho da Saúde. Temos que nos unir, defender o sistema, para que o trabalho nas portas das unidades melhore”, pontuou. Já a assessora da secretaria de Estado da Saúde, enfermeira Floracy Ribeiro, falou do importante papel da Enfermagem no cumprimento das Metas do Milênio. “Não há dúvida de que a Enfermagem é a chave para o desenvolvimento dos objetivos e metas que precisam ser alcançados. Que o Congresso ajude a acelerar os avanços em Saúde”, desejou.

Ao finalizar a abertura solene do Congresso, a presidente da ABEn, Angela Maria Alvarez, falou de pontos críticos do SUS, da questão da terceirização dos serviços e da necessidade de se discutir um projeto para a Enfermagem brasileira. “Tudo que afeta a Saúde afeta diretamente a Enfermagem do país. Não podemos deixar de nos indignar quando são utilizados subterfúgios que afetam o jovem Sistema Único de Saúde. Se a Constituição de 1988 diz que a Saúde é um direito de todos e um legado do Estado, não é contraditório que tenhamos que escolher qual paciente recebe essa ou aquela assistência em função do custo?”, lamentou.

O grupo Circo e Cena, do Instituto de Artes da Faculdade de Educação Física e de Enfermagem da Unicamp encerrou a noite de abertura, com a apresentação do espetáculo “Dos sonhos a ação, iluminando os caminhos para a Enfermagem”.

 

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