3º SEPAGE é concluído com palestras sobre políticas de assistência e imagem institucional

A última tarde do 3º SEPAGE (Seminário Paulista de Gestão em Enfermagem) contou com palestras sobre definição de políticas de assistência, de Fatima Furtado Gerolim, do Hospital Alemão Osvaldo Cruz, e de Jurema Herbas Palomo, do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas. A palestra do presidente do Coren-SP, Claudio Alves Porto, sobre o valor da segurança do paciente para a imagem institucional, concluiu o Seminário.

Fatima apresentou a hierarquia de planejamento estratégico do Hospital Alemão Osvaldo Cruz, recentemente definida, da missão, filosofia, metas e objetivos até as políticas propriamente ditas, que de acordo com ela “devem ser incorporadas no dia a dia da instituição“. Como princípio de ação, deve ser definido o modelo assistencial, ou seja, o que o hospital oferece a seus pacientes. “Tudo isso não depende apenas de dimensionamento”, afirmou ela, “mas também da motivação dos profissionais. Um hospital é um ambiente muito íntimo, e isso é pouco observado. Nos preocupamos em ter uma equipe que se cuida, que venha trabalhar com vontade”.

A retenção de talentos, capacitação, recrutamento, dimensionamento, percurso profissional e métodos de controle de documentação são algumas das medidas que o gestor deve ter em mente.

Jurema destacou o papel de Clarisse Ferrarini, diretora de enfermagem do Hospital das Clínicas responsável pelo primeiro transplante de coração do Brasil, realizado em 1968 pelo doutor Euryclides Zerbini. Ela delineou o que seria a política de enfermagem do instituto em 1977, dois anos após sua criação.

O Instituto, como hospital de ensino, aperfeiçoa e valoriza seu profissional através de educação permanente contínua, voltada tanto aos iniciantes quanto aos profissionais que trabalham há mais tempo no Instituto. Um grupo multiprofissional de trinta pessoas é responsável pelo treinamento. “O profissional tem que acreditar que o paciente deve estar no centro,” afirmou Jurema, “à medida em que se sedimenta o processo assistencial, todo o restante vem à tona”. 


Segurança do paciente
“A segurança do paciente é parte essencial da imagem da instituição”, afirmou Claudio Alves Porto, na palestra de encerramento do Seminário. De acordo com ele, isso se torna claro quando ocorrem erros na assistência e uma reputação longamente construída é posta abaixo.

Esses erros devem servir de alerta para que os serviços sejam prestados com exatidão e delegação responsável, com vigilância mútua entre os profissionais, passagem de plantão porta a porta e medidas educativas como a criação de um Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (Sesmt).

O primeiro passo, porém, é ter consciência da periculosidade dos procedimentos, não escondê-los quando acontecem e analisá-los retrospectivamente. “O problema se configura quando não há ninguém para notar o erro do profissional ou evitá-lo”, afirmou ele. “Há também o hiato entre a formação profissional e o que o mercado vai exigir do profissional”. Gestão de pessoas, negócios e processos são os três princípios de atividade do profissional enfermeiro, e raramente são tratadas em sua integridade em um curso de graduação.

O Coren-SP não é autorizado a fiscalizar escolas, mas planeja premiar aquelas que se destacarem, de forma parecida como fez com o PGQ (Prêmio Gestão em Qualidade, leia mais). São iniciativas de médio e longo prazo. “A tecnologia está mais complexa, mais eficaz, mas menos segura”, afirmou Claudio, “é preciso se prevenir contra os erros”.

Leia mais: Último dia do SEPAGE apresentou palestras sobre absenteísmo e qualidade