Serviços de saúde integrados são essenciais para atendimento de vítimas

O 2º Fórum de Enfermagem do Coren-SP prosseguiu nesta quinta-feira (6/10) com mesa de discussão sobre atendimento de urgência e emergência.

Maria Cecília Damasceno, supervisora médica do Hospital das Clínicas da USP, apresentou detalhes da dinâmica de assistência médica ambulatorial, alterada recentemente pela Portaria nº 1600 do Ministério da Saúde. Esta estabelece redes regionais de atenção às urgências, passo muito importante, de acordo com Damasceno, por não considerar mais o APH de forma desmembrada. A Portaria também destaca o multiprofissionalismo e a humanização.

Entre as ferramentas necessárias na dinâmica ambulatorial, de acordo com Damasceno, estão a classificação de risco, que permite aplicar os recursos de forma ótima, e a integração com os serviços de saúde anteriores e posteriores ao ambulatório para melhor encaminhamento do paciente do acidente ao hospital. Esta interligação deve ser feita também por compartilhamento de informações, de modo a levar o paciente ao serviço mais adequado de forma ágil.

Em seguida, Roberto Castro, professor de pós-graduação em urgência e emergência na Universidade São Camilo/ FAESB, apresentou o histórico dos serviços de atendimento pré-hospitalar a acidentes de rua. Ele vê avanços na organização e integração dos serviços de atendimento pré-hospitalar nos últimos 15 anos. Os profissionais de enfermagem, de acordo com ele, que antes ficavam dentro da unidade de saúde, passaram a sair mais para atendimentos na rua.

De acordo com ele, a qualificação dos profissionais para este atendimento foi facilitada pela maior disponibilidade de cursos de LSs (Life Support, Suporte à Vida). A capacitação é essencial e deve ser aprimorada continuamente de modo a preparar o profissional para a situação específica com que ele lida. Durante o socorro, é necessário reconhecer os riscos para si e para os curiosos, pensar a organização do trânsito e passar as informações concisas e corretas ao médico regulador via rádio, bem como levar o paciente para o hospital mais adequado e não necessariamente para o mais próximo.

Samir Rasslan, professor titular do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da USP, apresentou a perspectiva médica sobre o atendimento de vítimas com trauma (em urgência); e as sem trauma (em emergência), que representam 60% das vítimas de acidente que chegam vivas ao hospital. Misturar pacientes de diversos estados é um empecilho comum nas salas de emergência. Em toda situação de emergência, “diagnóstico e tratamento se sobrepõem”, o que exige do profissional pensamento rápido e seguro.

De acordo com Rasslan, há mudança de perfil das vítimas: elas chegam em estado mais e mais grave, e isso se deve ao bom atendimento pré-hospitalar, que diminuiu a mortalidade no local do acidente ao realizar os movimentos de suporte à vida e estabilização.

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