Exame ajuda a identificar se dor no peito é cardíaca

Um novo exame ajudará a identificar as causas de um dos sintomas que mais costumam assustar pacientes e médicos: a dor no peito, que pode ser desencadeada tanto por um infarto quanto por uma simples azia. O método permite avaliar, até 24 horas após o fim da dor, se sua origem é isquêmica – quando o músculo cardíaco entra em sofrimento devido à falta de irrigação sanguínea. Com isso, pode evitar que o quadro evolua para um infarto. Os exames atuais perdem a eficácia de duas a três horas depois que a dor acaba, mostrando-se inconclusivos ou normais, o que gera o risco de que a pessoa infarto após ir para casa. O novo procedimento é feito com um aparelho de PET-CT, que une recursos da medicina nuclear e da radiologia. É rotina recente nos EUA e chegou ao Brasil em dezembro de 2008, no laboratório Fleury. Segundo a cardiologista Paola Smanio, chefe da medicina nuclear do Instituto Dante Pazzanese e do laboratório Fleury, novos estudos provam que, até 24 horas após a dor, as células que sofreram a isquemia permanecem com alterações metabólicas. Esse conceito é chamado memória isquêmica. No exame, é injetado um marcador que detecta essas alterações. Se as células estão em sofrimento devido à isquemia, alimentam-se de glicose. O marcador identifica essa glicose, o que permite avaliar de forma bem fiel se a dor que a pessoa teve é de origem cardiológica, explica Smanio. Determinar se uma dor no peito que começou algum tempo antes de o paciente buscar ajuda é consequência de uma isquemia tem sido desafiador, escreveu o pesquisador Vasken Dilsizian, autor de um artigo publicado em dezembro de 2008 no Journal of Nuclear Medicine sobre a memória isquêmica. Segundo ele, nesse caso o exame físico costuma resultar normal e o eletrocardiograma, inalterado.